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Técnicas e processos; métodos e instrumentos de ofícios pelo qual domina as atividades humanas.

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quinta-feira, 31 de março de 2016

Três razões pelas quais ser impaciente pode ser prejudicial à saúde

30.3.2016  -  Numa sociedade em que o tempo livre está cada vez mais escasso, a impaciência é uma característica que tem se tornado bastante comum. A espera pelo ônibus atrasado, aquele choro interminável de um bebê e a fila eterna no supermercado são situações cotidianas, mas, diante até dessas pequenas coisas, nossa paciência não durar muito. Aprender a esperar realmente nunca foi fácil. Mas fazer isso pode ser muito importante – não só pelo bem-estar diário, mas também para evitar problemas de saúde. Quando ficamos irritados e impacientes, os níveis de estresse e adrenalina aumentam. Mas existem outros perigos vinculados à falta de paciência que, ao menos à primeira vista, não parecem tão evidentes – e podem ser preocupantes:      1) Obesidade   -  Especialistas apontam que pessoas impacientes têm mais probabilidade de serem obesas do que aquelas que sabem esperar. Isso porque elas tendem a não se alimentar da maneira mais correta e a consumir maiores quantidades de alimentos – especialmente daquelas comidas rápidas, congeladas ou instantâneas.  Segundo os economistas Charles Courtemanche, Garth Heutel e Patrick McAlvanah, que publicaram um estudo (Impaciência, incentivos e obesidade ) em 2015 na publicação Economic Journal , o acesso fácil a alimentos pouco saudáveis é uma das causas principais, que afeta especialmente a quem tem 'pavio curto'. "As pessoas mais impacientes se veem mais afetadas pela disponibilidade desses alimentos rápidos a preços acessíveis, que levam ao aumento da obesidade dessa parte da população", indica o estudo. "Poderíamos pensar que talvez agora pelo fato de termos mais acesso a diferentes tipos de alimentos, acabamos comendo mais e, consequentemente ganhamos peso", disse Courtemanche ao Washington Post. "Mas é mais complicado que isso; o barateamento da comida só altera o comportamento de um tipo determinado de pessoas", acrescentou o especialista.  Além disso, a impaciência constante – e a consequente ira e tensão que vêm com ela – faz com que nosso organismo libere adrenalina e cortisol, hormônios que podem gerar um aumento de peso.  A gordura acaba sendo aderida às paredes das nossas artérias, aumentando ao mesmo tempo a possibilidade de sofrer um ataque do coração.       2) Hipertensão    -    A Associação Médica Americana (JAMA, na sigla em inglês) inclui a impaciência como um fator de risco da hipertensão entre adultos jovens.  Um estudo feito na Escola Freinberg de Medicina da Universidade do Nordeste de Chicago com análises de 3,3 mil casos ao longo de 15 anos observou que o tipo de personalidade A (aquele que corresponde a pessoas impacientes e hostis) tem um risco 84% maior – em comparação a quem tem uma personalidade mais tranquila – de sofrer de hipertensão.  O motivo, apontam os especialistas, é o estresse associado à impaciência, que pode chegar a tornar os vasos sanguíneos mais estreitos, aumentando a pressão arterial.   "A ideia de que o padrão de conduta tipo A é 'ruim' para a saúde existe há muitos anos", garante Barbara Alving, da Escola de Saúde Pública de Maryland, nos Estados Unidos.  "Esse estudo nos ajudou a compreender quais aspectos desse padrão de comportamento prejudicam nossa saúde", explicou a especialista.  Para Alving, a hipertensão arterial "é uma condição complexa, que implica fatores biológicos e alimentares", ainda que o estudo demonstro que "o comportamento e o estilo de vida podem ter um papel fundamental na prevenção e no tratamento da doença". A hipertensão é um fator de risco importante para doenças do coração, do fígado e de acidentes cardiovasculares.  3) Envelhecimento    -    Por último, um estudo da Universidade Nacional de Singapura e das universidades americanas de Berkeley e da Pensilvânia, recentemente divulgado na publicaçãoProceeding of the National Academy of Sciencerevelou que ser impaciente também pode acelerar o envelhecimento. É que os telômeros (extremos dos cromossomos do DNA) são mais curtos em pessoas impacientes. Essas estruturas, que protegem o DNA de sua degradação, estão associadas à longevidade, e os cientistas acreditam que quanto mais rápido desaparecem, mais rápido essas pessoas envelhecem. Segundo os pesquisadores (que só observaram esse fenômeno nas mulheres) falta ainda verificar se é a impaciência que acelera o envelhecimento ou se, ao contrário, as pessoas com telômeros mais curtos "sabem" de alguma forma que vão envelhecer antes e desenvolvem uma personalidade mais impaciente.  No fim, assim como diz o ditado popular, "a paciência é a mãe de todas as ciências."

STF rejeita pedido de mulher e filha de Cunha para não serem julgadas por Moro

30.3.2016  -  O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello arquivou ontem (29) o habeas corpus em que a mulher e  filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediam para não serem julgadas pelo juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba. Na decisão, Mello entendeu que não é possível derrubar a decisão de um colega da Corte por meio de habeas corpus. No dia 15, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e desmembrou a investigação, deixando somente a parte do inquérito referente ao presidente da Câmara no Supremo. De acordo com a denúncia apresentada este mês contra o presidente da Câmara, Cláudia Cruz e Danielle Cunha, que também são investigadas com o marido e pai no Supremo, foram beneficiadas pelos recursos que estavam depositados em contas na Suíça atribuídas a Cunha. Com a decisão, somente Cunha responderá às acusações no STF. Pela denúncia, US$ 165 mil foram encontrados em uma conta na Suíça atribuída à mulher de Cunha. De acordo com as investigações, parte do valor foi usada para pagar despesas do cartão de crédito de Danielle Cunha. 

Cazaquistão pede à UE apoio a reformas e solução para sanções contra a Rússia

30.3.2016  -  Bruxelas, 30 mar (EFE).- O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, pediu nesta quarta-feira à União Europeia (UE) que apoie as reformas e os investidores do país, além de solicitar uma "solução conveniente" em relação às sanções impostas contra Rússia, que também acabam afetando a economia cazaque. Nazarbayev, que se reuniu hoje com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, explicou em entrevista coletiva após o encontro que pediu apoio às reformas, aos investidores e à política industrial de seu país. Além disso, o presidente cazaque explicou que abordou "os problemas regionais, da Ucrânia e as sanções com a Rússia". Juncker concordou, segundo Nazarbayev, em estabelecer um "trabalho comum para encontrar uma solução que convenha tanto a UE como a Rússia". O presidente do Cazaquistão lembrou que a Rússia é a principal aliada de seu país e por isso também fica "sensível" às sensações. "Estamos no coração do continente euroasiático, não temos acesso ao mar. Temos relações amistosas com a China e com a Rússia, são nossos parceiros principais", disse Nazarbayev. O líder cazaque, que também se reuniu com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, também pediu que a União Europeia pare de cobrar vistos de cidadãos de seu país. Outro problema abordado na reunião, disse Nazarbayev, foi a da inclusão da maior parte das companhias aéreas do Cazaquistão na lista negra de empresas que são proibidas de voar dentro do território da UE por motivos de segurança. "Essas companhias não têm problemas de qualidade", disse Nazarbayev. Nazarbayev ressaltou que a UE e o Cazaquistão estão há mais de 20 anos cooperando e que seu país é o único ex-soviético que concluiu um acordo de associação e cooperação com o bloco. O pacto, assinado no ano passado, começará a ser implantado em 1º de maio em um regime provisório, indicou Nazarbayev, que pediu hoje a Juncker que acelere a ratificação em todos os países da UE; O presidente do Cazaquistão afirmou que a UE representa 50% dos investimentos estrangeiros no país e é "um importante parceiro". Juncker, por sua vez, disse que também abordou na reunião os problemas de direitos humanos no Cazaquistão. O presidente da Comissão Europeia ressaltou que Nazarbayev está "sensível" a esses problemas, em particular no que se refere à relação entre as autoridades cazaques e as ONGs estrangeiras. Ele avaliou, além disso, o peso do Cazaquistão "nessa região complicada do mundo" e destacou a "influência pacificadora" do país. Também ressaltou que a UE deseja continuar sendo um dos principais parceiros comerciais do Cazaquistão. Juncker também afirmou que as reformas que estão sendo empreendidas no país são "promissoras". EFE

quarta-feira, 30 de março de 2016

10 coisas que não sabe sobre Monica Bellucci

06.12.2014  -  Quando o realizador Sam Mendes anunciou nesta quinta-feira que a próxima Bond girl do 24º filme da saga 007 será a atriz italiana Monica Bellucci, a reação do público foi bastante positiva. Considerada herdeira das grandes divas do cinema italiano do século passado, Bellucci vai protagonizar o filme “Spectre” ao lado dos atores Daniel Craig, Ralph Fiennes e Christoph Waltz. Monica Bellucci nunca escondeu que a sua beleza lhe abriu as portas de Hollywood. Numa entrevista à revista The Talks, a atriz afirmou:  “Eu sei que a beleza cria uma certa curiosidade. Mas, como disse Oscar Wilde, a beleza dura apenas cinco minutos se você não tem nada mais para sustentar esta curiosidade. Não acho que teria uma carreira se fosse apenas bonita. Os realizadores não lhe telefonam apenas pela sua beleza, mas também pelo seu talento”, explica. Mas para além da beleza que lhe permitiu interpretar papéis tão diversos como a Maria Madalena em “A Paixão de Cristo” e Persephone na trilogia Matrix, quem é Monica Bellucci? O Observador fez uma lista com 10 factos menos conhecidos sobre a vida da atriz que será a próxima Bond girl. 1. 11 anos. Este é o tempo que separa Monica Bellucci da atriz Honor Blackman como a Bond girl mais velha de toda a saga. Blackman fez o papel de Pussy Galore no filme “007 contra Goldfinger” em 1964, quando tinha 39 anos. O título podia continuar sendo desta se Monica tivesse sido escolhida como Bond Girl em 1997 – perdeu o papel para o filme “O Amanhã Nunca Morre” aos 33 anos para a atriz Teri Hatcher. 2. Monica fala italiano, inglês, espanhol e francês.Fluentemente. 3. A atriz já fez dois ensaios sensuais para revistas italianas: em 1998 para a revista Max e em 2000 para a GQ. 4. Bellucci foi até há bem pouco tempo nora do ator francês Jean-Pierre Cassel, conhecido pelo seu papel de Luís XIII da França no filme “Os Três Mosqueteiros”, de 1973. 5. No período em que esteve com o ator Vincent Cassel, o casal vivia em países diferentes. Enquanto Monica morava em Roma, Vincent vivia em Paris. A justificação dada pela atriz é que assim evitavam a rotina. Os atores separaram-se em agosto de 2013, ao fim de 14 anos. 6. Bellucci é um sobrenome comum na Itália. A sua origem vem da palavra em latim Bellutus e significa “belo”. 7. A atriz foi membro do júri do Festival de Cannes em 2006, quando o filme irlandês “Brisa de Mudança” venceu a Palma de Ouro. Ela, no entanto, nunca foi nomeada no festival. 8. Mónica Bellucci nasceu no dia 30 de setembro de 1964 –o mesmo dia que a atriz francesa Marion Cotillard e Fran Drescher, conhecida pelo papel principal da série de televisão “The Nanny, Competente e Descarada”. 9. A atriz é conhecida por não se afastar do cinema durante a licença maternidade. Ela voltou ao trabalho cinco meses depois do nascimento da sua primeira filha Deva, em 2005 para fazer o filme “¿Cuánto me amas?” e quatro meses depois do nascimento da sua segunda filha Léonie, para gravar “Manuale d’amore 3”, em 2011. 10. Se viajar a Paris, poderá tirar uma foto com a atriz: ela tem uma estátua de cera no Museu Grévin no Boulevard Montmartre.

Ator escreve depoimento emocionante sobre depressão depois de foto virar meme

29.3.2016  - Um medo real de muita gente é virar meme da internet. Quando se é famoso, então, isso é quase inevitável pela junção explosiva de paparazzi + zoeira sem limites. Mas essa resposta a um meme do ator Wentworth Miller, mais conhecido pelo seriado Prision Break, simplesmente tocou o coração de quem é fã ou não. "Hoje eu descobri que virei tema de um meme da internet. Não é a primeira vez . Esse, entretanto, se sobressai entre os outros. Em 2010, quase aposentado de atuar, eu estava sendo discreto por várias razões. Primeiro e principalmente, eu tinha tendências suicidas. Esse é um assunto sobre o qual eu já escrevi, falei, compartilhei. Mas naquele período eu estava sofrendo em silêncio. Como muitos estão. O tamanho da minha luta era conhecido por muito poucos. Envergonhado e com dor, eu me considerava bem ferido. E as vozes na minha cabeça pediam pelo caminho da autodestruição. Não era a primeira vez. Eu luto contra a depressão desde a infância. É uma batalha que me custa tempo, oportunidades, relacionamentos e milhares de noites de sono. Em 2010, no ponto mais baixo da minha vida adulta, eu estava procurando em todos os lugares por algo que me aliviasse/confortasse/distraísse. E eu transformei isso em comida. Poderia ter sido qualquer coisa. Drogas. Álcool. Sexo. Mas comer era a única coisa que eu conseguia fazer. Contava com ela para seguir em frente. Tinha momentos em que o ápice da minha semana era minha refeição favorita e um episódio de TOP CHEF. Algumas vezes aquilo era o necessário. Tinha que ser. E eu ganhei peso. Grande coisa. Um dia, eu saí com um amigo em Los Angeles, nós cruzamos com uma equipe de filmagem de um reality show. Sem que eu soubesse, tinham paparazzi circulando por lá. Eles tiraram a minha foto, e ela foi publicada lado a lado com outra imagem minha de um outro tempo na minha carreira. "Hunk para Chunk". "Fit para flácido". Etc. Minha mãe tem um desses "amigos" que sempre são os primeiros a trazer uma notícia ruim. Ele recortou uma notícia dessas de uma revista nacionalmente popular e mandou para ela. Ela me ligou, preocupada. Em 2010, lutando pela minha saúde mental, essa era a última coisa que eu precisava. Resumindo a história, eu sobrevivi. Então fizeram essa imagem. Eu estou contente. Agora, quando eu olho essa foto em que estou usando uma camiseta vermelha, um raro sorriso no meu rosto, eu me lembro do meu sofrimento. Minha resistência e perseverança em frente a todos os tipos de demônios. Alguns dentro. Outros fora. Como um dente de leão no meio do concreto, eu persisto. De qualquer maneira. Ainda. Apesar. A primeira vez que eu vi esse meme aparecer na minha rede social, eu preciso admitir, foi difícil de respirar. Mas como tudo na vida, eu precisava atribuir um significado. E o significado que eu dei para essa/minha imagem é Força. Cura. Perdão. De mim mesmo e aos outros. Se você ou alguém que você conhece está sofrendo, existe ajuda disponível. Alcance. Envie uma mensagem de texto. Um e-mail. Pegue o telefone. Alguém se importa. Eles estão esperando para ouvir você. Com muito amor. - W.M." Escorreu uma lagriminha aqui... Força ao Wentworth e a todos que enfrentam essa luta diária.

Marina Silva diz que Temer na Presidência provocaria "bololô"

 A ex-ministra Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, disse na madrugada desta terça-feira, durante entrevista ao apresentador Jô Soares, no Programa do Jô, da TV Globo, que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, se aprovado, cumpriria uma "formalidade", mas não sua "finalidade".   Se o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumisse, segundo ela, ocorreria um "bololô". A expressão foi usada antes pelo apresentador, para se referir à possibilidade de afastamento da presidente e do vice, que provocaria, segundo ele, uma confusão ainda maior que o impeachment. Para Marina, no entanto, Dilma e Temer têm responsabilidades equivalentes pela atual crise. "Os dois partidos (PT e PMDB) estão implicados igualmente", afirmou Marina.  A ex-ministra voltou a defender que a melhor saída para a crise seria a impugnação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que provocaria novas eleições se ocorresse ainda em 2016. Jô tratou a entrevistada como candidata e perguntou se ela já teria escolhido nomes para o Ministério.  Marina negou que já tenha tomado qualquer decisão. "Não é uma mentira branca nem mentira negra ou preta", disse a ex-ministra, rejeitando a insinuação de que ela estaria escondendo suas pretensões. "É a mais profunda verdade e pago um preço muito alto quando digo que não sei se serei candidata. Meu objetivo de vida não é ser presidente, é ver o Brasil melhor", afirmou.  A líder da Rede Sustentabilidade afirmou que pensa na possibilidade de concorrer ao Planalto, mas que não quer "instrumentalizar" a crise. "O mais importante é dar contribuição genuína. (...) Não fico ligada em pesquisa de opinião. É um registro de um momento. E é um momento muito delicado da vida do nosso país, com inflação, desemprego, juros altos e descrença nas lideranças políticas", afirmou a ex-ministra. Marina foi candidata a presidente em 2010, pelo PV, e em 2014, pelo PSB - na vaga herdada de Eduardo Campos, morto em desastre aéreo durante a campanha.

terça-feira, 29 de março de 2016

Temer pode sofrer impeachment

26.3.2016   -   Agência de notícias, referência no mercado de investimentos, diz que o vice-presidente, Michel Temer, tem várias características que seriam bem-vindas em um país atolado em uma recessão brutal - mas corre o risco de ser retirado do cargo por acusações relacionadas ao mesmo caso de impeachment formulado contra a presidente Dilma        (Bloomberg) - Com a presidente Dilma Rousseff parecendo ter chances cada vez maiores de enfrentar um impeachment até o início de maio, os investidores estão voltando suas atenções para o homem que a sucederia.  Michel Temer, o vice-presidente, tem várias características que seriam bem-vindas em um país atolado em uma recessão brutal. Aqueles que o conhecem melhor dizem que se trata de um pragmático amigável aos negócios que desenvolveu um talento especial, ao longo de uma carreira política de décadas, para forjar acordos com seus colegas parlamentares. Mas também há outra questão: ele corre o risco de ser retirado do cargo por acusações relacionadas ao mesmo caso de impeachment formulado contra Dilma. Espera-se que oPMDB, o partido de Temer e o maior do país, abandone a base do governo em reunião marcada para esta terça-feira. Em apenas 30 anos desde seu retorno à democracia, o Brasil confiou duas vezes em seu vice-presidente para sair de uma crise. Em uma delas o país deu calote em suas dívidas e na outra acabou com a hiperinflação. Os investidores se perguntam se Temer será mais parecido com o vice-presidente José Sarney e seus problemáticos planos econômicos dos anos 1980 ou com o vice-presidente Itamar Franco, que lançou as bases para anos de crescimento e estabilidade nos anos 1990. "Não haverá nenhum milagre, mas há mais tendência de alta aqui -- eu estou muito otimista", disse John Welch, economista do Canadian Imperial Bank of Commerce e observador do Brasil há longa data, que acredita que a sucessão de Temer seria um acontecimento bom. "Ele é agregador como Itamar, um construtor de consenso. Talvez não na medida em que o mercado quer, mas certamente muito melhor do que o que temos agora".  Com o maior déficit orçamentário da história, não haverá muito espaço para que Temer adote medidas de estímulo fiscal. Ele, contudo, agiria de forma mais efetiva para controlar os gastos do que Dilma, segundo Thiago de Aragão, sócio e diretor de estratégia da empresa de consultoria de risco político Arko Advice.  Mais importante do que isso, Temer poderia impulsionar a confiança do investidor, que está próxima de uma baixa histórica, com políticas que tirariam a mão pesada do governo sobre a economia dos 13 anos de governo do PT. Um documento emitido pelo PMDB de Temer em outubro sustenta que o motor de crescimento do Brasil, baseado no consumo, se esgotou e precisa ser substituído por investimentos privados e ganhos de competitividade. O partido pede uma idade deaposentadoria mais elevada e o fim das vinculações constitucionais para alguns gastos para que se consiga uma melhor alocação de recursos.   Importância maior do setor privado   O partido já aprovou um projeto de lei no Senado reduzindo a importância da estatal Petrobras e permitindo uma maior participação do setor privado na indústria do petróleo. O PMDB também propõe a independência plena do Banco Central, com mandatos fixos para seus diretores, uma proposta há muito buscada pelos investidores, desconfiados da interferência do governo na política monetária.  Em sinal de apoio a Temer, Aécio Neves, o segundo colocado na eleição presidencial de 2014, baixou o tom de seus pedidos por novas eleições e agora está apoiando o processo de impeachment que colocaria o vice-presidente no cargo. Temer reuniria o apoio de parlamentares de centro e de partidos de oposição para formar um governo de unidade nacional capaz até de aprovar algumas reformas constitucionais, disse o senador Tasso Jereissati, do PMDB. Ajudando a cimentar esse apoio, legisladores do PMDB dizem que Temer, de 75 anos, se retiraria em 2018, dando a Aécio e a outros uma chance no principal cargo do país.    Não concorrerá  "Ele tomaria o compromisso de não ir para reeleição", disse o senador Raimundo Lima, do PMDB, em entrevista. "Já falou não só pra mim, falou inclusive para membros da oposição". A assessoria de imprensa de Temer preferiu não comentar sobre a política econômica de um possível governo de unidade nacional, mas disse que ele tem discutido o cenário político e as propostas econômicas do PMDB.  Contudo, Temer enfrenta uma série de armadilhas que poderiam fazer dele um presidente tampão até 2018 ou até mesmo forçá-lo a deixar o cargo. Os partidos de oposição pediram que o Tribunal Superior Eleitoral anulasse a reeleição de 2014 de Dilma, argumentando que a campanha foi financiada por propinas da Petrobras. Se o TSE decidir a favor deles, Temer, ex- companheiro de chapa de Dilma, também poderia cair, provocando eleições gerais ou uma votação indireta para presidente no Congresso. "Temer será uma segunda Dilma", disse Paulo Santos, que participou dos protestos contra o governo em Brasília, neste mês, para expressar sua insatisfação com a corrupção generalizada. "Precisamos de novas eleições". Esse sentimento - de que o Brasil pode não estar caminhando para águas mais calmas e que mais políticos podem cair - reverbera entre os traders também. Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio na Treviso Corretora de Câmbio em São Paulo, disse que o mercado está tenso. "Parece que não vai sobrar ninguém", lamentou.

Entenda o conflito entre a Turquia e os curdos do PKK

22.10.2007    -  O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo clandestino formado por militantes armados, iniciou uma luta armada na Turquia há 23 anos. Criado em 1978, o PKK reivindica a criação de um Estado curdo independente no sudeste da Anatólia, a península onde fica a porção asiática da Turquia.  Desde seu primeiro ataque em 15 de agosto de 1983, a violência relacionada ao conflito causou mais de 37 mil mortes. O PKK intensificou as operações contra o Exército no sudeste do país após ter rompido em 2006 um cessar-fogo unilateral. As autoridades turcas também atribuem ao PKK vários atentados com bomba em Istambul e em outras cidades do litoral oeste da Turquia. A organização rejeita esta acusação e assegura que são ações isoladas de uma facção radical que escapa ao seu controle. 
Autonomia   A luta do PKK em favor da independência da região curda na Turquia se transformou em exigências por autonomia no seio de um sistema federal, por uma anistia para os rebeldes que garanta sua participação na vida política e pela libertação de seu líder, Abdullah Ocalan, preso em uma ilha do noroeste do país. Após a captura no Quênia e a condenação à morte (pena comutada por uma prisão perpétua) de Ocalan em 1999, o PKK renunciou à independência e declarou unilateralmente um cessar-fogo que nunca foi reconhecido por Ancara. Em abril de 2002 o partido decidiu se dissolver para virar Kadek (Congresso para a Democracia e a Liberdade no Curdistão) e depois Kongra-Gel, antes de tornar a recuperar seu nome de origem em 2005.    Terrorista    O PKK é considerado uma organização terrorista por Ancara, pelos Estados Unidos e pela União Européia.   O braço militar do PKK está postado em bases situadas no Curdistão iraquiano, onde segundo Ancara estão escondidos cerca de 3.500 militantes. A ala política é representada por políticos curdos exilados em países da Europa Ocidental, em particular na Bélgica. Embora Ocalan continue gozando de grande influência no PKK, que liderou com mão-de-ferro, alguns dirigentes, como seu irmão Osman, o abandonaram após sua prisão. O principal comandante militar do PKK é atualmente Murat Karayilan. Representa a linha dura do PKK, e também opera no norte do Iraque. 
Conflito curdo-turco ou rebeliões curdas na Turquia referem-se as lutas nacionalistas dos curdosna Turquia, com início após a Guerra de Independência Turca e a consequente transição doImpério Otomano para o Estado turco moderno.  De acordo com registros militares turcos, as rebeliões curdas vêm ocorrendo na Anatólia durante mais de dois séculos. Embora as revoltas tribais curdas haviam encerrado o Império Otomano ao longo das últimas décadas de sua existência, o conflito na sua fase moderna é considerada como tendo iniciado em 1922, com o surgimento do nacionalismo curdo em paralelo com a formação do moderno Estado da Turquia. Em 1925, uma revolta para um Curdistão independente, liderada por Xeique Said Piran, foi suprimida rapidamente, e Said seus seguidores foram executados logo depois. Várias outras revoltas curdas em grande escala ocorreram em Ararate e Dersimem 1930 e 1937.  O cônsul britânico em Trebizonda, o posto diplomático mais próximo de Dersim, falou da violência brutal e indiscriminada e apontou uma comparação explícita com os massacres armênios de 1915. "Milhares de curdos", ele escreveu, "incluindo mulheres e crianças, foram mortos, outros, a maioria crianças, foram lançados no Eufrates, enquanto milhares de outros em áreas menos hostis, que primeiramente tinham sido privados do seu gado e outros pertences, foram deportados para vilayets (províncias) na Anatólia Central. Agora, afirma-se que a questão curda não existe mais na Turquia". Os curdos acusam os sucessivos governos turcos de suprimir a sua identidade através de meios como a proibição dalíngua curda na versão impressa e mídia. Atatürk acreditava que a unidade e a estabilidade de um país estava em uma identidade política unitária, relegando as distinções culturais e étnicas para a esfera privada. No entanto, muitos curdos não renunciaram as suas identidades e linguagem.  O conflito armado em grande escala entre as forças armadas turcas e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ocorreria ao longo dos anos 1980 e 1990, deixando mais de 35 mil mortos. Ações recentes do governo turco forneceram aos curdos com direitos e liberdades limitadas, particularmente no que diz respeito à língua curda, educação e meios de comunicação. Políticos e ativistas curdos ainda enfrentam pressão.              Rebelião de Koçkiri (1920)    A Rebelião de Koçkiri de 1920 na região predominantemente qizilbash de Dersim, embora empreendida pela tribo qizilbash Koçkiri, foi planejada por membros de uma organização conhecida como Kürdistan Taâlî Cemiyeti (KTC). Esta rebelião em particular falhou por diversas razões, a maioria das quais tem alguma relação com seu caráter qizilbash. O fato é que muitos chefes tribais de Dersim naquele momento ainda apoiavam os kemalistas - considerando Mustafa Kemal como o seu "protetor" contra os excessos dos fanáticos religiosos sunitas, alguns dos quais eram curdos Kurmancî. Para a maioria dos curdos Kurmancî na época, o levante parecia ser apenas uma revolta de alevitas - e, portanto, não estavam em seus próprios interesses . Em consequência da rebelião Koçkiri falou-se em uma nova Grande Assembleia Nacional da República Turca de algumas formas muito limitadas de 'Administração Autônomas' pelos curdos em uma região curda centrada no Curdistão. Tudo isso desapareceria no Tratado de Lausanne de 1923, no entanto. Amargamente desapontados, os curdos voltariam a luta armada em 1925 - dessa vez liderados pelo clérigo zaza Xeique Said, mas organizada por outra, mais recente, organização nacionalista curda, Azadî.       Rebelião do Xeque Said (1925) e conseqüências    -  A principal rebelião que dominaria a história dos curdos na Turquia seria aquela rebelião de 1925 na região do Curdistão turco, que foi liderada por Xeique Said. A repressão e agressão dos kemalistas secularistas se seguiram e todas as manifestações públicas de identidade curda foram banidas o que, por sua vez, prepararia os curdos para mais rebelião. A revolta do Xeique Said começou em fevereiro de 1925. Dos quase 15 mil combatentes que participaram na rebelião contra 52.000 da gendarmerie turca, as principais tribos curdas participantes na rebelião vieram dos zazas. A rebelião abrangeu a maior parte de Amed (Diarbaquir) e as províncias de Mardin. A rebelião de Xeique Said seria a primeira rebelião em grande escala do movimento curdo na Turquia. O principal organizador desta rebelião foi a sociedade independente curda, Azadi. A intenção dos Azadi seria libertar os curdos da opressão turca e, assim, oferecer libertação e, ainda, desenvolver o seu país. Em março de 1925, a revolta iria muito longe, Xeique Said e todos os outros líderes rebeldes foram enforcados em 29 de junho.  No outono de 1927, Xeique Abdurrahman (irmão de Xeique Said) iniciou uma série de ataques a guarnições turcas emPalu e Malatya. [carece de fontes] Os distritos de Lice e Bingöl foram capturados pelos rebeldes. Igualmente ocuparam os montes ao sul de Erzurum. As forças armadas turcas usaram a força aérea contra os rebeldes utilizando cinco aviões em Mardin. Em outubro de 1927, os rebeldes curdos atacaram e ocuparam Bayazid. O irmão de Xeique Said tentou se vingar do governo turco, atacando várias bases militares no Curdistão. Nada definitivo seria alcançado. Eles foram expulsos depois que os reforços turcos chegaram à região.  A rebelião falhou, todavia, em 1929, o movimento de Ihsan Nuri estaria no controle de uma grande extensão de território curdo e a revolta seria esmagada até o ano de 1930.          Revolta de Ararate (1927 _ 1930)      A República de Ararate (em turco: Ağrı) foi um autoproclamado Estado curdo, localizado no leste da Turquia moderna, sendo centrado em província de Ağrı. A República de Ararate foi declarada independente em 1927, durante uma onda de rebeliões entre os curdos no sudeste da Turquia. A rebelião foi liderada pelo General İhsan Nuri Paxá. No entanto, não foi reconhecido por outros Estados, carecendo de apoio estrangeiro. Até o final do verão de 1930, a Força Aérea Turcaestava a bombardear posições curdas ao redor do Monte Ararate a partir de todas as direções. Segundo o general Ihsan Nuri Paxá, a superioridade militar da Força Aérea Turca desmoralizou os curdos e conduziu à sua capitulação.  A 13 de julho, a rebelião em Zilan seria suprimida. Esquadrilhas de 10 a 15 aviões foram utilizadas para esmagar a revolta.  Em 16 de julho, dois aviões turcos foram abatidos e os seus pilotos foram mortos pelos curdos.  Os bombardeios aéreos continuariam por vários dias e forçariam os curdos a se retirarem a 5.000 metros de altitude. Até 21 de julho, o bombardeio destruiu muitos fortes curdos. Durante estas operações, as forças armadas turcas mobilizaram 66.000 soldados e 100 aeronaves.  A campanha contra os curdos tinha sido encerrada por 17 de setembro de 1930.  A rebelião de Ararate foi derrotada em 1931  e a Turquia retomaria o controle sobre o território.        Medidas governamentais após 1937       Após a supressão da última rebelião em 1937, o Sudeste da Anatólia foi posto sob lei marcial. Além da destruição de aldeias e deportações maciças, o governo turco encorajou kosovares albaneses e assírios a se estabelecerem na região curda para alterar a composição étnica da região.  As medidas tomadas pelo exército turco no período imediatamente após a revolta tornaram-se mais repressivas do que os levantes anteriores. Pessoas eram colocadas em celeiros e cavernas e queimadas vivas. Florestas eram cercadas e incendiadas para exterminar aqueles que haviam se refugiado lá. Muitas mulheres curdas cometiam suicídio coletivo e se atiravam em rios. De acordo com o Partido Comunista da Turquia, entre 1925 a 1938, mais de 1,5 milhões de curdos foram deportados e massacrados. A fim de evitar que os acontecimentos tivessem um impacto negativo na reputação e imagem internacional da Turquia, os estrangeiros não seriam autorizados a visitar toda área a leste do Eufrates até 1965 e a área permaneceu sob cerco militar permanente até 1950. A língua curda foi banida e as palavras "curdos" e "Curdistão" foram removidas de dicionários e livros de história e os curdos eram apenas referidos como "turcos das montanhas".       Conflito TurquiaPKK (1978-presente)     O reavivamento étnico curdo apareceu na década de 1970, quando a Turquia estava atormentada por confrontos entre esquerdistas e direitistas, e o partido marxista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) seria formado exigindo um Estado curdo.  O PKK declarou seu objetivo como a libertação de todas as partes do Curdistão da opressão colonial e o estabelecimento de um Estado curdo independente, unido e socialista. Atraiu inicialmente os segmentos mais pobres da população curda e tornou-se o único partido curdo não dominado por ligações tribais.  O presidente do PKK,Abdullah Öcalan, que se orgulhava de ser de origem humilde, caracterizou sua luta sobretudo como anticolonial, consequentemente direcionando sua violência contra os colaboradores, ou seja, chefes tribais curdos, notáveis, com uma participação no Estado turco, e também contra organizações rivais. O golpe militar em 1980 conduziria a um período de severa repressão e eliminação de quase todas as organizações curdas e de esquerda. O PKK, no entanto, seria o único partido curdo que conseguiu sobreviver e mesmo crescer em tamanho após o golpe. Iniciou uma ofensiva guerrilheira com uma série de ataques a estações policiais e militares turcas e devido ao seu ousado desafio ao exército turco, gradualmente, conquistou a relutante admiração de parte da população curda.  No início de 1990, havia criado a sua própria administração local em algumas áreas rurais.  Por essa época, o PKK alterou seus objetivos de completa independência curda para uma solução negociada com o governo turco, especialmente após alguns contatos indiretos promissores com o presidente Turgut Özal. Após a morte repentina de Özal, as forças armadas turcas intensificaram as suas operações contra as bases do PKK. Essas medidas conseguiram isolar o PKK dos civis e reduzi-lo a um grupo de guerrilheiros operando nas montanhas. Em 1999, o aumento da pressão turca sobre a Síria levou à expulsão de Öcalan e prisão definitiva pelos Bordo Bereliler turcos no Quênia. Durante os anos 1980, a Turquia iniciou um programa de assimilação forçada de sua população curda.  Isso chegaria ao ápice em 1984, quando o PKK iniciou uma rebelião contra o domínio turco atacando alvos militares e civis turcos. Desde que as operações dos militantes do PKK começaram em 1984, 37.000 pessoas foram mortas. O PKK tem prosseguido a sua guerra de guerrilhas nas montanhas.  No entanto, desde 1995, e especialmente desde que o AK Parti chegou ao poder houve numerosas reformas e a situação melhorou bastante.  Como resultado, o conflito está limitado a aproximadamente 3000 combatentes.

Entenda o conflito na Chechenia

01.9.2004  -  A Chechenia declarou independência da Russia em 1991, mas o ex-presidente russo Boris Yeltsin esperou até 1994 para enviar tropas a região, para restaurar a autoridade de Moscou. A primeira guerra da Chechenia terminou com uma humilhante derrota para as forças russas em 1996.  Em  outubro de 1999, o então primeiro-ministro russo (e depois presidente) Vladimir Putin deu inicio a uma nova ofensiva, uma "operação antiterrorista" parcialmente desencadeada por uma onda de atentados contra apartamentos em Moscou e em outras partes da Russia. Putin atribuiu os ataques a rebeldes chechenos. Ainda no início de 1999, forças chechenas tentaram estabelecer um Estado islãmico na republica autônoma russa do Daguestão, que faz fronteira com a Chechenia.    O que querem os chechenos?  A população média busca paz e tranquilidade. Os combatentes rebeldes querem independência ou, pelo menos, um governo autônomo, que eles quase obtiveram após 1996. Assim que as forças militares deixaram o país, em 1997, os chechenos elegeram o seu próprio presidente - Aslan Maskhadov, um ex-oficial da artilharia soviética que havia sido o principal comandante militar dos rebeldes chechenos.  A decisão sobre o status político da Chechenia foi adiada por cinco anos, após um acordo de paz ter sido negociado pelo governo checheno com Moscou. Mas, durante o período de paz, Maskhadov foi incapaz de controlar seus comandantes mais radicais e a república rebelde mergulhou na anarquia, tornando-se uma das "capitais mundiais" no ato de tomar refens.       No que se transformou a política de Putin?   Em outubro de 2003, o líder checheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov foi eleito presidente, após a realização de um controvertido referendo em março daquele ano. Os principais rivais de Kadyrov se retiraram da disputa antes da eleição. O referendo aprovou uma nova Constituição que dava a Chechenia maior autonomia, mas estipulava que a república continuaria integrando a Russia. A eleição presidencial e o referendo puderam ser realizadas apesar da crescente violência e da presença de milhares de soldados russos na Chechenia.  Se o presidente Putin imaginou que um líder pró-Moscou poderia resolver o problema, o líder russo subestimou a determinação e a brutalidade dos rebeldes chechenos.  Kadyrov já havia escapado de uma série de tentativas de assassinato até ter sido morto na capital chechena, Grozni, em um mega-atentado a bomba num estádio de futebol, realizado em maio deste ano. E os rebeldes seguiram atacando outros alvos na Russia. Diversos atentados suicidas a bomba contra alvos russos têm sido realizados desde o cerco de um teatro de Moscou em 2002, quando militantes chechenos tomaram centenas de reféns.   Um ataque atribuído aos separatistas chechenos em fevereiro e realizado no metrô moscovita matou dezenas de pessoas. Continuam acontecendo ataques diários contra tropas russas na Chechenia e civis chechenos seguem desaparecendo em decorrência das operações de segurança das forças russas.    Existem perspectivas para a paz?    Não. O plano da Russia de normalização da região está desordenado, após a morte de Kadyrov. Novas eleições presidenciais serão realizadas na Chechenia no dia 29 de agosto. O ministro do Interior checheno, Alu Alkhanov, deve ser o provável vencedor. Mas críticos e observadores internacionais afirmam que eleições limpas são impossíveis, já que a violência continua a atingir a sofrida republica.  Diferentemente de seu predecessor, Alkhanov não conta com uma forte base de apoio. Os rebeldes não deram qualquer sinal de que pretendem interromper seus ataques esporádicos, mas destrutivos - que agora vêm se intensificando através de atentados suicidas.  Autoridades russas disseram que 250 rebeldes, disfarçados de policiais, lançaram um ataque coordenado em Grozni, no dia 21 de agosto, pouco antes de uma visita do presidente Putin.  Moscou não está disposta a realizar negociações de paz com os rebeldes e desde os atentados de 11 de setembro de 2001 tem havido pouca pressão internacional por uma solução negociada por um conflito.   Os rebeldes têm ligações com a Al-Qaeda?      Parece provável. Sabe-se que há anos voluntários islãmicos viajaram para a Chechenia para se aliar à luta pela independência. Segundo relatos, eles aderiram aos rebeldes após terem feito treinamentos em campos do Afeganistão e do Paquistão. Em outubro de 2002, um dos suspeitos de realizar de realizar os atentados de 11 de setembro disse a um tribunal alemão que o suposto líder dos sequestradores dos aviões, Mohammed Atta, pretendia combater na Chechenia. Um dos principais militantes que combateu no conflito foi um árabe conhecido como Khattab - um veterano da guerra do Afeganistão contra a então União Soviética. Khattab teria supostamente mantido ligações telefônicas com Osama Bin Laden.  Telefonemas interceptados também fizeram com que autoridades americanas alegassem que combatentes chechenos estabelecidos na Geórgia, perto da fronteira com a Chechenia, estavam em contato com a Al-Qaeda.
Isabelle Somma | 12/07/2006 00h00    A iminente desintegração da União Soviética, em 1991, foi a grande chance encontrada pelos chechenos para livrar-se de vez do domínio russo. O poderoso vizinho promovia incursões militares desde o século 18, que resultavam em deportações e massacres de sua população. A oportunidade, porém, mostrou-se um fiasco: Moscou não desistiria facilmente de um território tão estratégico como o da Chechênia. Duas guerras e dezenas de atentados terroristas seguiram-se à negativa russa de reconhecer a independência. O resultado foi a morte de mais de 200 mil chechenos e soldados russos e a fuga de mais da metade da população da região.  Hoje a Chechênia é, sem dúvida, um dos piores campos de batalha do planeta, em que guerrilheiros chechenos e tropas russas travam combates cada vez mais sangrentos. “A guerra na Chechênia ainda se arrasta. Apesar de uma campanha bastante cruel que visa eliminar os combatentes chechenos e seus partidários, as forças russas falharam em acabar com a resistência e em capturar líderes como Shamil Basayev”, afirma o professor Georgi Deluguian, especialista em Repúblicas do Cáucaso da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.  Petróleo e gás    A Chechênia está localizada no Cáucaso, região que abriga grandes reservas de petróleo e gás natural. Os oleodutos que abastecem os compradores têm de passar por boa parte dos 13 mil quilômetros quadrados do território checheno. É essa ligação o principal interesse da Federação Russa na região. Os russos também acreditam que a região é parte integrante de seu território, ao contrário de outras repúblicas, como o Cazaquistão e a Ucrânia, que, logo após a queda da União Soviética, se tornaram países independentes sem nenhuma resistência do governo central.  O Cáucaso, região montanhosa entre o mar Cáspio e Negro onde vivem vários grupos étnicos, está sob o domínio russo há muito tempo. Mesmo quando não se sabia da existência de petróleo na região, o então Império Russo também considerava o território estratégico. Duas rebeliões chechenas, em 1791 e em 1859, foram sufocadas pelas tropas czaristas. A Revolução Russa de 1917 não mudou muito a vida da população caucasiana. Com a ascensão bolchevique, a população sofreu um forçado processo de coletivização da produção agrícola nos anos 30.  Em 1936, a Chechênia tornou-se uma república autônoma dentro da então União Soviética, juntamente com a Inguchétia. Mas a autonomia duraria pouco. Ao final da Segunda Guerra, Josef Stalin ordenou a deportação de chechenos e inguchétios, acusando-os de colaboração com os nazistas, o que realmente havia acontecido. Os habitantes da região tinham apoiado os alemães para obter em troca a tão sonhada independência. O castigo infligido pelo ditador foi deportar entre 400 mil e 800 mil pessoas para a Ásia Central e Sibéria. A volta do exílio só seria permitida em 1956, três anos após a morte do ditador.  Duas guerras    Desde 1936, chechenos e inguchétios viveram sob o status de uma mesma República Autônoma. Em 1991, os chechenos declararam-se independentes e formaram uma república. A Inguchétia também aproveitou para separar-se da Chechênia. Mas nenhum país reconheceu sua independência. Três anos depois, o impasse foi parar no campo de batalha. Tropas russas voltaram à região e destruíram a capital, Grozny. Nessa primeira guerra, mais de 80 mil pessoas morreram, principalmente civis chechenos.  A guerrilha chechena buscou a ajuda de radicais islâmicos como os experientes combatentes da guerra do Afeganistão e o auxílio financeiro da Arábia Saudita. A tática deu certo. Em 1996, o então presidente russo, Boris Yeltsin, retirou o exército da região. Seguiram-se anos de tensão até que o novo presidente russo, Vladimir Putin, ordenasse uma nova invasão. Dessa vez, o governo russo conseguiu emplacar um presidente pró-Moscou. O primeiro deles, Akhmad Kadyrov, morreu num atentado suicida em 2004. O atual, general Alu Alkhanov, mantém-se no poder graças às tropas de Putin.   Tanto os governantes apoiados por Moscou quanto as tropas russas são acusadas de freqüentes abusos contra a população chechena, como massacres, estupros e tortura. Além disso, a deterioração da economia local e o surgimento do crime organizado fizeram com que houvesse uma radicalização do conflito, com a aproximação chechena do fundamentalismo islâmico.  Atualmente, as forças chechenas estão divididas entre os seguidores do presidente pró-Moscou e os guerrilheiros contrários ao domínio russo, que, por sua vez, se fragmentaram em vários grupos que também lutam entre si. Esses grupos são formados por antigos agricultores e trabalhadores de baixa qualificação que não conseguiram fugir do país. “A fragmentação de forças dos dois lados continua estável e conduz a uma perpetuação da violência, porque nenhum governo estável consegue surgir”, afirma Derluguian.