Deus seja louvado.

Técnicas e processos; métodos e instrumentos de ofícios pelo qual domina as atividades humanas.

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sábado, 25 de junho de 2016

DILMA DOOU MAIS DE 600 TONELADAS DE FEIJÃO À CUBA. PREÇO AGORA ESTÁ NAS ALTURAS

O site 'Diário do Poder' publicou nesta quinta-feira, 23, uma nota polêmica sobre a presidente afastada Dilma Rousseff. De acordo com a publicação, a representante do Partido dos Trabalhadores (PT) doou no final do ano passado 625,4 toneladas de feijão para Cuba. Além doar o alimento, que agora está em falta no mercado brasileiro, Dilma, que apoia à esquerda, ainda bancou o transporte até a capital do país,  Havana. Atualmente, o quilo do feijão já chega a R$ 18 em alguns supermercados. O preço está tão alto que já se brinca com o fato de muita gente usar potes de sorvete para guardar feijão, mas o grão agora está mais caro muitas vezes que o próprio doce. 
Na quarta-feira, 22, o Ministério da Agricultura anunciou que o governo do presidente em exercício Michel Temer, do PMDB, tomaria medidas para que o produto baixasse de preço aqui no Brasil. A principal medida é permitir o aumento da importação. O problema é que o principal tipo de feijão consumido no Brasil, o carioca, também está em falta no mercado exterior. 
Em outubro do ano passado, no entanto, como informamos anteriormente, o governo Dilma promoveu mais um leilão de contratação de frete para a remoção dessas 625,4 toneladas de feijão. De acordo com o leilão, as motivações para o transporte era "doação humanitária" à Cuba. De acordo com o site 'Diário do Poder', o tipo de feijão escolhido foi o conhecido como "2". O alimento foi acondicionado em sacas de cinquenta quilos cada
O feijão no Brasil costuma vir acompanhado do arroz. Uma tradição que se estabelece aqui desde que o país era ainda um Império de Portugal. O artigo hoje visto como um luxo foi embarcado no porto Navegantes, em Santa Catarina. Não foi só para Cuba que a presidente decidiu abrir a mão. Na mesma época, além do feijão, a presidente decidiu doar arroz para a Faixa de Gaza. Generosa, como sempre, ela utilizou, é claro, dinheiro público para realizar a ação. As regiões amigas do governo petista ficaram muito felizes pela doação e agradeceram a chegada do alimento. Enquanto isso, os brasileiros reclamam da falta do feijão. 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

It Won't Be Long

Reino Unido decide sair da UE e primeiro-ministro renuncia

24.6.2016  -  Com 52% dos votos a favor, o Reino Unido decide deixar a União Europeia (UE) após 43 anos de participação. O resultado do referendo realizado nessa quinta-feira (23) foi divulgado nas primeiras horas da manhã de hoje (24).

Em declaração ao país, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão. Ele deve deixar o cargo em outubro. Cameron sempre se posicionou favoravelmente à permanência do Reino Unido na UE e, durante os meses que antecederam o referendo, afirmou que o Brexit - união das palavras Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída, em inglês) - poderia trazer graves consequências econômicas para o país.  “O povo britânico votou para deixar a União Europeia, e sua vontade deve ser respeitada. A vontade do povo britânico é uma instrução que deve ser entregue. Será necessária uma liderança forte e empenhada”, disse David Cameron, ressaltando que outra pessoa deve liderar o processo de transição.
A taxa de participação no referendo foi de 71,8%, a maior em votações no Reino Unido desde 1992.
Nigel Farage, líder do partido Ukip e defensor do Brexit, afirmou ser o "dia da independência” do Reino Unido.
A Inglaterra e País de Gales votaram fortemente a favor da saída, enquanto cidadãos da Escócia e da Irlanda do Norte optaram pela permanência no bloco. Em Londres, 60% dos votos foram pela permanência na UE. No entanto, em todas as outras regiões da Inglaterra, a maioria votou pela saída.
O Reino Unido é o primeiro país a sair da União Europeia desde a sua criação, mas a decisão não significa que ele deixará imediatamente de ser membro da UE. Esse processo pode demorar dois anos, de acordo com o Tratado de Lisboa.
“Os tratados deixam de ser aplicáveis ao Estado em causa a partir da data de entrada em vigor do acordo de saída ou, na falta deste, dois anos após a notificação, a menos que o Conselho Europeu, com o acordo do Estado-Membro em causa, decida, por unanimidade, prorrogar esse prazo”, diz o Artigo 50 do Tratado de Lisboa.
Após o resultado do referendo, a libra caiu para o nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985. Em declaração hoje de manhã, Mark Carney, o governador do Banco da Inglaterra, prometeu a liquidez necessária às instituições para que a crise política que começa agora, com a saída de David Cameron, não se torne uma crise financeira. Carney garante que há 250 bilhões de libras em fundos para assegurar o funcionamento dos mercados.

DILMA ROUSSEFF DESVIA CERCA DE US$ 230 MILHÕES PARA CONTA PESSOAL NA SUÍÇA

22.6.2016  -  A notícia que vai abalar o país, divulgada pela revista Istoé, revela “bomba” sobre a presidente Dilma Rousseff. Uma reportagem exclusiva mostra o histórico de uma conta da presidente na Suíça, com informações na qual Dilma recebe no ano de 2012 propinas da famosa “Operação Angola”. A revista já circula por todo pais, levando espanto e revolta para o povo brasileiro.
De acordo com a notícia, foi feito um depósito na suposta conta CH3008679000005163446, que seria da presidente, na quantia de US$ 237 milhões. A conta foi aberta no banco Morgan Stanley, nos Estados Unidos, em 2012.
A reportagem da revista Istoé deixa claro o fato e provas de onde veio o dinheiro.
Giles Azevedo era chefe de gabinete de Dilma Rousseff, assessor parlamentar e de suprema confiança. Giles é considerado os ouvidos e olhos da presidente, e é a pessoa que tem autorização para falar em seu nome, Dilma confia muito em Gilez Azevedo, principalmente em seus trabalhos de maior responsabilidade. Provas contra Gilez mostram que ele é o homem por trás de Dilma e que ele buscou recursos ilegais para campanhas da presidente.
A procuradoria Geral da Republica obteve todos as dados fornecidos e conta bancária secreta de Dilma Rousseff, e sem nenhuma sombra de dúvidas, de acordo com eles, todos os documentos apresentados são provas reais com fotos e cópias originais, comprovando também valores e movimentação das contas bancárias.
O Ministério Publico Suíço enviou ao Brasil uma série de documentos, entre eles documentos pessoais de Dilma, visto norte-americano, passaporte, data de nascimento, nome completo e também um endereço de uma casa em um condomínio de luxo no valor de US$ 3 milhões. Dados comprovam também uma conta da presidente nos EUA nos últimos três anos.
Os documentos fornecidos pela Suíça foram importantes para uma nova investigação. Os dados mostram que a presidente Dilma era cliente de um banco nos Estados Unidos, com o nome de Meryll Lynch, que hoje é o atual Julius Baer. A presidente é cliente desse banco desde 2012.
Ainda em 2012, Dilma abriu uma conta em uma filial do mesmo banco em Nova Iorque. Passados três anos, a presidente fez uma transferência de conta dos EUA para um banco em Genebra, na Suíça.
O dono do banco na Suíça mostrou o histórico de Dilma no ano de 2016, com uma movimentação no valor de mais de R$ 680 milhões. Dilma diz que esse dinheiro foi usado para campanhas políticas.

TEMER DIZ QUE VAI BAIXAR PREÇO DO FEIJÃO

22.6.2016  -  O presidente em exercício Michel Temer, do PMDB, atendeu a uma apelo da internet nesta quarta-feira, 22. Após uma campanha para diminuir o preço do feijão, o peemedebista decidiu tomar um atitude que teria surpreendido até mesmo a presidente afastada Dilma Rousseff, doPartido dos Trabalhadores.Recentemente, Dilma chamou Temer de "mesquinho" por não adotar medidas aos mais pobres, fazendo uma reclamação do não aumento dado ao 'Bolsa Família'. 
Para fazer com que o preço do feijão tenha valor diminuído, Michel Temer vai liberar que o Brasil compre o artigo de três países amigos do Mercosul: Bolívia, Paraguai e Argentina. Caso a solução não seja suficiente, o Ministério da Agricultura pretende aprovar o aumento da importação com outros países. A informação foi confirmada pelo Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em entrevista ao jornal 'Folha de São Paulo'. De acordo com ele, esses países seriam a China e o México. 
Temer surpreendeu ainda mais. Além de fazer parcerias com o exterior, ele faz apelo aos supermercados, solicitando que esses comprem os produtos mais baratos e onde tiverem mais oferta, evitando assim que o consumidor seja prejudicado. O quilo do feijão chega a custar até R$ 13 em muitos mercados. Antes da crise, o feijão custava, no máximo R$ 4. O aumento de quase 300% em pouco mais de dois anos impressionou até mesmo o governo e, por isso, a medida foi tomada. Não há, no entanto, um prazo para que a diminuição dos valores entre na prática e faça o bolso do brasileiro ficar mais "leve".
De acordo com o Procon de São Paulo, em apenas seis dias houve um aumento de quase 30% do feijão na maior cidade do país, o que fez a entidade questionar tamanha mudança repentina. 
Nas redes sociais, comprar feijão foi comparado a um ato de ostentação. Os brasileiros estão acostumados desde cedo a se alimentarem com esse tipo de comida, que faz companhia ao arroz. Nutricionistas garantem que a combinação é uma das mais saudáveis do planeta e que o ideal é não abandonar o produto, rico em ferro. 

SAÍDA DO REINO UNIDO DA UE PODE ESTIMULAR PEDIDO DE INDEPENDÊNCIA DO SUL DO BRASIL

24.6.2016  -  Na manhã deste sexta-feira, 24, o Reino Unido confirmou uma votação histórica. Habitantes do grupo decidiram sair da União Europeia. Entre outras coisas, o Reino Unido deve deixar de utilizar o euro. Após os britânicos darem a decisão, o primeiro-ministro David Cameron afirmou que o Reino Unido "deve buscar um novo primeiro-ministro" e anunciou a renúncia do cargo. A libra chegou a ter a sua maior queda em um único dia desde o ano de 1985, uma época em que ainda existia a chamada 'Guerra Fria'. De acordo com analistas, a saída do Reino Unido deve provocar um efeito cascata separatista não só na Europa, mas também em todo o mundo. 
Essa decisão faz um movimento separatista brasileiro ganhar força. Em diversas regiões brasileiras há registros de grupos organizados que lutam pela emancipação de uma região. No entanto, no Sul brasileiro é onde existe o movimento mais forte que se tem notícia. Com o lema 'O Sul é Meu País', o movimento separatista pede a independência da região. O principal objetivo seria gerir melhor a região. O grupo argumenta que os impostos pagos no Brasil são muito altos e boa parte do que é pago acaba sendo destinado à outras regiões do país, como o Nordeste. Com a separação, o Sul poderia crescer economicamente e se tornar uma potência na América do Sul. 
No passado, o Brasil já viveu movimentos separatistas. Muitos estados, por exemplo, foram criados e desfeitos. Onde hoje é a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, por exemplo, já foi em um passado recente o 'Estado da Guanabara'. Ainda é possível ver placas de instituições antigas que ainda utilizam o nome "Guanabara" como se fosse um estado a existir. 
O grupo separatista, como indicou uma reportagem realizada no início desse mês aqui na Blasting News, já existe há pelo menos 24 anos. Desde a matéria feita aqui no portal, a página do grupo ganhou mais de dois mil novos adeptos no Facebook, indo de 111 para quase 114 mil. Novas páginas na rede social também foram criadas. O grupo está presente no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e pede a independência do país tentando se ater à máxima legalidade. Com isso, realiza plebiscitos regionais e que tentar convencer que haja um regional. 

Buraco negro revive

23.6.2016  -  Cerca de 90% dos buracos negros já descobertos estão “dormindo” e não emitem radiação, mas um deles decidiu “acordar”, e astrônomos puderam presenciar esse momento que tão raro. Após voltar à ativa, o buraco negro supermassivo devorou uma estrela próxima e, em seguida, emitiu raios-x incessantemente. Já era sabido que um buraco negro adormecido é capaz de voltar à vida pela aproximação de uma estrela, mas esta foi a primeira vez que cientistas detectaram o retorno de um aparentemente inativo, e a descoberta foi devidamente registrada na revista Nature. Agora, astrônomos da Universidade de Maryland e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, são os primeiros da história a estudar os feixes de raio-x emitidos por um buraco negro supermassivo previamente inativo. Esse da descoberta foi chamado de Swift J1644+57 por conta dos altos níveis de radiação que estavam sendo emitidos após a “refeição”.  A descoberta também mostrou que a radiação emitida por buracos negros pode vir da parte de fora de seu disco de acreção (que é uma estrutura formada por materiais em movimento orbital ao redor de seu corpo central), não sendo algo que ocorre exclusivamente em seu interior, como pensava-se até então. A derrubada dessa crença foi possível graças ao uso de um método chamado Reverberação de Raios-X, que mapeou a estrutura do disco de acreção ao medir o atraso no tempo de chegada entre os feixes de raio-x refletidos. A partir de agora, os cientistas esperam entender como os feixes de radiação podem ser estudados para fornecer mais informações sobre as propriedades dos buracos negros, e também esperam descobrir como eles - que são milhões de vezes maiores do que o Sol - crescem com o tempo.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sandra Annenberg revela que já sofreu assédio sexual: 'Sou feminista!'

21.6.2016  -   Sucesso à frente do “Jornal Hoje”, da Globo, Sandra Annenberg contou durante entrevista à revista “Contigo!” que já sofreu assédio sexual.
“As mulheres sempre tiveram sobrecarga de trabalho, porque acumularam a função de mãe, dona de casa e trabalhar fora. Eu fui discriminada, sofri preconceito e assédio sexual, como todas as mulheres, mas eu fui reagindo. Nós mulheres temos que provar muito mais que somos capazes. Todos os dias. É um trabalho de ‘formiguinha’ conseguir esse espaço. Fico feliz de entregar a minha filha um mundo um pouquinho mais igualitário e justo”, afirmou.
A jornalista também declarou que é feminista e luta para que as mulheres tenham mais direitos na sociedade. “Fui criada por uma feminista, sou uma feminista e ser feminista é ser pela igualdade de direitos entre todos os sexo”, explicou.
Sandra relembrou algumas situações machistas que já vivenciou no jornalismo. “Eu me orgulho muito de ser sido a primeira mulher a entrar diariamente no ‘Jornal Nacional’, a ter um quadro fixo como garota do tempo. Sou de uma época em que a mulher dividia a bancada como um ‘refresco’ para os olhos como se ela não tivesse o que dizer, não tivesse o mesmo peso do homem. Sou de um tempo que o homem abria o telejornal e a mulher vinha na sequência. Eu perguntava: ‘Por que todo ele é quem abre?’ Parece bobagem, mas é muito significativo”, disse.  Quando o assunto é diferenciação salarial, Annenberg é direta ao ponto. “Socialmente, a mulher sempre teve um papel menor, profissionalmente, menor ainda. Os salários são diferentes, sempre mais baixos, apesar de estar na mesma função que um homem”, finalizou.
A âncora também comentou sobre a amizade com o colega de bancada do “Jornal Hoje”, Evaristo Costa. “A gente tem uma relação profissional ótima, uma ‘química’ bacana. Já são dez anos juntos. É uma relação diária de muito respeito, companheirismo”, elogiou.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Colônia em Primavera do Leste (MT) preserva tradições da Rússia antiga

Passando de carro pelas ruazinhas tortas de barro vermelho, eu via casas pequenas e coloridas, algumas com a típica cruz ortodoxa no topo, outras com janelas que tinham molduras artesanais. “Ei! Tem alguém em casa? Estamos procurando uma colônia russa!”, gritou minha colega, baixando o vidro do carro e parando em frente a uma das casinhas.
Uma moça de vestido longo e colorido, vestido por cima de uma blusa bordada e com um lenço na cabeça, apareceu na porta. “É a colônia russa sim! Só que somos divididos em várias partes, acredito que a pessoa que vocês estão procurando mora do outro lado do campo de soja”, exclamou. Para minha surpresa, mesmo parecendo uma Alionushka (personagem folclórico russo) do século 18, ela falava um português perfeito, com um leve sotaque. Eu não estava acreditando: depois de três horas de voo e cinco horas dentro de um carro, finalmente chegamos à colônia russa mais tradicional do Brasil e, provavelmente, a mais afastada da Rússia, em Primavera do Leste, no estado do Mato Grosso.
Alionushkas da vida real.    Dobro Pojalovat’! (Bem-vindos!)
Construção de tijolo vermelho onde funciona a igreja Ortodoxa
Dentro de casa, os russos têm duas coisas muito necessárias para um lar: um gato e uma rede
É um lugar russo que não tem absolutamente nada a ver com a Rússia, tirando o povo, que fala a mesma língua (de um jeito arcaico, mas fala). Os jardins não têm maçãs ou cerejas, mas estão cheios de mangas, chuchu e abacate. O clima é muito quente e bastante úmido! Os animais e insetos são muito exóticos não só para um russo, mas para qualquer brasileiro que mora distante da natureza. Gritei de alegria quando, em cima de minha cabeça, passou um casal de araras vermelhas, e de dor quando fui picada pelos mosquitos da região. Mas seus moradores amam esse “paraíso escondido”, como é conhecido o vilarejo.
Esse besourinho também existe na Rússia.
O pôr do sol em Primavera do Leste é tão imponente quanto o da Rússia. Fiquei hipnotizada!   A colônia russa é um vilarejo no meio do nada…
Abacate é algo bem exótico para um russo, mas o povo daqui come todo dia!
“A nossa colônia, nasceu mais ou menos em 1950…”, começou o “líder”, Larion Ovchinnikov. “Na época da revolução, em 1917, nossos bisavós fugiram da Rússia para a China, perseguidos por bolcheviques (comunistas) que queriam roubar as terras e destruir a nossa religião. De lá, cada família tomou um rumo diferente… Muitos foram para o Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile… Mas, claro, quem mudou para o Brasil, se deu melhor!”, conta aos risos.
Segundo Ovchinnikov, os moradores da colônia não podem casar com ninguém da mesma família até a sétima geração. “Assim diz a nossa religião cristã ortodoxa”, afirma. Portanto, quando os meninos e as meninas alcançam a idade de casar, normalmente aos 15 ou 16 anos, os pais os enviam para colônias russas em outros países ou convidam os russos desses lugares para visitar a colônia, para que os jovens possam se conhecer melhor e começar um namoro.  As famílias dos russos de Primavera do Leste são bem grandes. Ali, ter quatro filhos é considerado pouco. Quando eu contei isso para uma amiga russa que mora em São Paulo, ela me respondeu: “Se eu tivesse uma vida tranquila assim, longe da loucura da cidade grande, eu também me dedicaria aos filhos, e teria uns 10!”. Bom, ela tem razão. A correria da cidade grande, estudos e emprego não ajudam nem a encontrar um namorado, imagine criar uma família?
Outra coisa interessante é que esses russos, que também são chamados de staroveri (aqueles que seguem a religião antiga), não vivem em 2014. Para eles, agora é o ano de 7523. As datas também são diferentes, pois conta-se 13 dias para trás. Por exemplo, se hoje é dia 30 de janeiro, para eles é dia 17. Isso porque enquanto o mundo inteiro usa o calendário Gregoriano, eles decidiram continuar seguindo o calendário da Rússia antiga, o Juliano. Justamente por isso, o Natal na Rússia até hoje é comemorado no dia 7 de janeiro e o Ano-Novo é celebrado duas vezes – no dia 31 de dezembro (versão moderna) e no dia 13 de janeiro (versão antiga).
O calendário dos staroveri também mostra os pratos que você pode comer no dia a dia, de acordo com a religião
Tive a chance de visitar a escola onde estudam os pequenos russos e também pequenos brasileiros. Sim, a escola de lá é misturada. Por isso a criançada desde cedo já aprende a falar duas línguas: português e russo. Em algumas casas, as crianças também são incentivadas a falar grego, por causa das preces da Igreja Ortodoxa, que todos devem saber de cor.Estar na escola com as crianças foi a melhor experiência durante minha estadia na colônia
Quando entrei na escola, me surpreendi porque os russos não entendiam o simples cumprimento “privet!”, que na Rússia significa “oi!” e é falado em todos os lugares. Em vez disso, eles me falavam: “zdarova!”, um tipo de cumprimento bem pouco usado na Rússia. As roupinhas das crianças eram tão fofas! Todas bordadas e coloridas à moda antiga. Queria abraçar todos os pequeninos que corriam pela escola e escalavam as árvores do quintal. Amei seus nomes também! Descobri que quando uma criança nasce na colônia ela recebe o nome do santo do dia em que nasceu. Normalmente são nomes bem antigos, como Virinia, Pelagieya, Andron e Aftonom, mas eu os acho lindos. Sei que na Rússia, as pessoas religiosas fazem de modo diferente: eles registram um nome (mais moderno) do filho na certidão de nascimento e na hora de batizar pedem para o padre se referir ao bebê por outro nome, que realmente bate com o santo do dia em que a criança nasceu. Esse nome é registrado apenas na certidão de batismo e é como se fosse o nome do seu anjo da guarda.
Fiquei na escola por um tempo observando as atividades do dia a dia das crianças e adolescentes. Tomei coragem e comecei a falar com eles em russo, perguntado como está a vida na escola e quais são os planos para as férias. A coisa mais linda foi vê-los rindo da minha cara, porque não esperavam que alguém com roupas do século 21 pudesse falar com eles na língua materna. “Ela fala russo! Você acredita?”, sussurravam cabecinhas brancas. Na hora em que eles perceberam que sou uma russa de verdade, vinda de fora de Primavera do Leste, e não alguém quem saiu de uma máquina do tempo, choveram perguntas como “Você já viu neve?”, “Já andou no gelo?”, “Do que as crianças brincam na Rússia?”…As crianças da colônia russa não param quietas: pulam corda, correm, jogam bola…
Senti um doce aperto no coração. Essas crianças são tão russas, mas nunca viveram a realidade que eu vivi e que milhões de outras crianças estão vivendo neste momento. Decidi que quando viajar para a Rússia da próxima vez, vou contar para a criançada de lá que em algum lugar muito, muito longe existe um país chamado Brasil onde moram meninos e meninas muito parecidos com eles que também falam russo e brincam de esconde-esconde e gato mia. Porém essas crianças, também russas, nunca andaram de sanki (trenó), não sabem como é divertido fazer um boneco de neve e ao invés de maçã ou pera, levam uma manga suculenta como lanche para a escola. Será que eles vão acreditar na minha história? Porque até eu, se não tivesse visto tudo isso com meus próprios olhos, iria desconfiar da existência de um povo russo tão tradicional em um lugar totalmente diferente da Rússia.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A origem das línguas e das etnias

29.5.2009  - O criacionismo defende que, após a Criação, havia uma só língua, ou seja, uma só estrutura linguística, com um vocabulário comum, como pode ser observado em Gênesis 11:1. Entretanto, essa língua comum foi um dos fatores utilizados pelo ser humano para violar uma das primeiras recomendações divinas, a de encher e dominar a Terra. De fato, opondo-se a esse claro desígnio de Deus, o ser humano começou a construir uma cidade e uma torre, “para não serem espalhados pela superfície da Terra”. Foi essa, em parte, a razão pela qual o mesmo Deus que havia dado a linguagem aos homens deu origem a várias famílias linguísticas (Gn 11:7), em resultado do que a humanidade acabou se espalhando por todo o planeta. O ponto de vista criacionista, baseado no relato bíblico, explica assim não só a unidade, mas também a diversidade das línguas.

É sobre isso que o professor Orlando Rubem Ritter fala nesta entrevista concedida ao jornalista Michelson Borges. Ritter é natural de Porto Alegre. Formado em Matemática pela USP, é também mestre em Educação pela Andrews University, nos Estados Unidos. Além de ter sido diretor de faculdades e fundador de escolas, foi professor de Matemática e Física por mais de 30 anos, e professor de Ciência e Religião por mais de 40 anos. Foi também coordenador do curso de Pedagogia do Centro Universitário Adventista, campus São Paulo. 

Fale um pouco sobre a variedade linguística e étnica no mundo.

A variedade é um fato marcante neste planeta. Enquanto seres humanos foram capazes de pintar a Capela Sistina e compor belíssimas sinfonias, há tribos que ainda não sabem usar o fogo. É um grande contraste. No que diz respeito aos aspectos étnicos, ou raciais,* e linguísticos, também há grande variedade. Só na África são mais de mil etnias. Os ramos linguísticos são cerca de cinco mil.

[*Nota do entrevistador: No entanto, em nível genético, essa diferença acaba sendo mínima, o que está de acordo com a visão criacionista. Note o que a revista Veja publicou, em sua edição de 5 de maio de 1999 (p. 113): “Pesquisas de cientistas da Universidade da Califórnia, campus de San Diego, indicam que a humanidade por um tempo esteve às raias da extinção, e as razões apresentadas para tanto vão desde a provável queda de um meteoro que teria dizimado muitas espécies de vida, a epidemias por doenças trazidas por grupos nômades, mudanças bruscas na temperatura, etc. (E por que não um dilúvio global?) O fato é que foi descoberto que ‘a diversidade genética das pessoas, mesmo entre populações distintas e de lugares muito distantes entre si, como a Amazônia e a Sibéria, é muito pequena. ... Isso leva à conclusão de que ‘os seres humanos descendem todos de um pequeno grupo de ancestrais’. Daí entra a explicação de que uma imensa mortandade teria ocorrido em algum ponto da pré-história, ninguém sabendo exatamente o que ocorreu. A variedade genética da humanidade hoje é muito pequena para uma árvore evolucionária que tem tantos elementos e ramificações’, afirmou o coordenador da pesquisa, David Woodruff. ... ‘É como se fôssemos todos clones de uma única matriz, como na experiência com a ovelha Dolly.’”]

Existe consenso com relação à origem comum de toda a humanidade, a partir de um casal original?

Sim. É a Antropologia Descritiva (ou a Etnologia) que estuda as etnias humanas. A Linguística* estuda as línguas. Conhecer a origem das etnias e das línguas é realmente algo empolgante. A origem comum da humanidade a partir de um par original é chamada monogenismo, e esse conceito também se aplica à origem das línguas.

Podemos utilizar a Bíblia como fonte de hipóteses, sustentadas, é claro, por evidências, para ter uma ideia de como se deu a origem das etnias e das diversas línguas.

[*Nota do entrevistador: A Linguística Histórica surgiu no fim do século 18, com a descoberta feita na Índia – por um juiz britânico que se inclinou ao estudo das línguas e suas relações – de que muitas línguas da Europa e do Oriente estavam reunidas como em uma família, à qual se deu o nome de indo-europeu.] 

O que a Bíblia fala sobre o primeiro homem?

Adão, ou Adam, em aramaico, quer dizer “tornar vermelho” ou “ficar vermelho”, o que sugere que a pele dele tinha coloração avermelhada (e é bom lembrar que ele foi feito da terra). Na tradição hindu, aparece o ancestral Adamu; e na tradição sumeriana, a mais antiga civilização pós-diluviana, aparece Adapa. Segundo essa tradição, Adapa vivia num país onde não havia morte, o ar era puro e a água, limpa. Mas Adapa acabou perdendo o direito à imortalidade. Várias culturas possuem relatos que mostram uma origem comum para a humanidade, com Adão e Eva, no Jardim do Éden. 

Por que o mundo antediluviano não promovia muita variabilidade?

A humanidade primeva vivia em um mundo bem diferente. O apóstolo Pedro fala do “mundo daquele tempo” ou “mundo de então” (2 Pedro 3:6), deixando clara a idéia de que o mundo antediluviano era bem diferente do nosso. Os criacionistas e os evolucionistas concordam em que havia um único continente, a Pangea, com clima e topografia diferentes dos atuais. Esses fatores, e outros, promoviam a relativa invariabilidade de então, situação que perdurou até o Dilúvio.*

[*Nota do entrevistador: A ação da seleção natural ocorrendo nos diferentes ambientes pós-diluvianos juntamente com o total isolamento geográfico a que as populações humanas estavam submetidas no passado, pode ser uma boa explicação para a origem das etnias humanas. Por exemplo, se após o Dilúvio um grupo de indivíduos migrou para o sul da África, acabou se isolando totalmente dos grupos que viviam na Ásia, pois as viagens eram difíceis naquele tempo, e eles nunca mais voltaram a casar entre si. Em lugares quentes, como a África, a pele negra apresenta vantagem em relação à pele branca; então, os indivíduos que nasciam com pele mais escura levavam vantagem seletiva em relação aos indivíduos de pele mais clara. Com o passar de muitos anos e total isolamento reprodutivo (ou seja, esses indivíduos de pele mais escura não se casavam com os de pele clara, pois estavam isolados geograficamente), a pele gradualmente se tornou mais escura. Atualmente estamos vendo o processo inverso acontecer: devido às facilidades de transporte, as barreiras geográficas estão sendo quebradas. Pessoas de etnias diferentes estão se casando e gradualmente estão desaparecendo as diferenças marcantes entre as “raças”.] 

As características dos filhos de Noé sugerem alguma coisa ao pesquisador?

Noé tinha 480 anos quando Deus lhe ordenou construir a arca. Com 500 anos nasceu-lhe o primeiro filho: Jafé. Os dois seguintes, nasceram com dois anos de diferença cada: Sem e Cão. Creio que as características diferenciadas entre eles seja uma possibilidade de explicação para a variação étnica verificada entre os humanos.* 

Jafé possivelmente tenha nascido com a pele diferente da dos pais e um pouco mais clara, considerando-se as etnias que se originaram dele, ou seja, os caucasianos. Curiosamente, o significado do nome Sem é “nome”. Isso mesmo. Nunca vi alguém chamado “Nome”, mas o plano de Deus era que esse filho de Noé preservasse justamente o nome da família e o nome de Deus. Sem originou os povos semitas que, de fato, contribuíram para manter viva a religião monoteísta.

Cão significa “quente”. Possivelmente sua bagagem genética tenha sido remodelada por Deus para enfrentar as regiões mais quentes que haveria no mundo, após o Dilúvio. Mas é claro que também devemos levar em conta o fato da adaptação biológica natural e o fator isolamento geográfico.

Gênesis 9:19 diz que desses três homens – Sem, Cão e Jafé – se povoou a Terra, originando-se as etnias e as línguas. O mundo passou por grande fragmentação geográfica e mudanças climáticas e topográficas, o que favoreceu a variabilidade em diversos aspectos. 

[*Nota do entrevistador: Essa diferença também poderia ser explicada pelas esposas dos filhos de Noé. Elas poderiam ser bastante diferentes entre si. Assim, entre os netos de Noé já poderia haver certa diferenciação. Mas certamente essas diferenças se acentuaram mais com o isolamento geográfico que ocorreu depois do Dilúvio.]

Por que o senhor acha que Deus promoveria essa diferenciação entre eles ou teria dotado a humanidade com essa capacidade adaptativa?

Vejo aqui a presciência de Deus em dotar a humanidade renascente com características que lhes ajudariam a se adaptar melhor ao estranho mundo pós-diluviano. Além disso, era também uma forma de conter a maldade, isolando os povos.

Coincidentemente com a visão bíblica, os etnólogos classificam as etnias a partir de três grandes “raças” e troncos linguísticos. Mas o centro de dispersão, segundo a Bíblia, fica na Ásia Menor, no Cáucaso, ou terra de Ararate, e não na África, como querem alguns.

Aliás, na África, na última metade do século 20, foram encontrados fósseis de criaturas com aparência e características simiescas, como baixa capacidade craniana, membros aptos para agarrar e segurar, mas com o andar ereto, dentes pequenos, etc., e foram chamados de australopitecineos (Australopithecus africanus foi o nome de um dos primeiros encontrados).

Por causa das marcas humanas e de acordo com teorias correntes, muitos foram levados a considerá-los como antepassados pré-humanos e a África, como o “berço da humanidade”. Nesse contexto, causou muita sensação o achado de um esqueleto quase completo de australopiteco, que inclusive recebeu o nome de Lucy.

Nos anos 1960 foram descobertos, num desfiladeiro da África Oriental, fragmentos fósseis de uma criatura jovem com abóbada craniana maior que a dos australopitecos. Como nas vizinhanças desse local alguns anos antes haviam sido encontradas pedras lascadas de modo bastante rude, presumiu-se que tivessem sido produzidas por essa criatura, razão pela qual foi-lhe dado o nome de Homo habilis.

Como era de se esperar, alguns viam nessa criatura um elo intermediário entre os gêneros Australopithecus e Homo. Contudo, após estudos posteriores e não pouca discussão, prevaleceu a tendência de considerá-la como um australopiteco, por causa de características tipicamente simiescas nas proporções corporais e na dentição.

Não parece simples colocar os australopitecos numa linha filogenética evolutiva indo do macaco em direção ao homem. O peso das características simiescas é muito grande e são observados diferentes graus de variabilidade nas diversas partes do corpo, não permitindo formar uma linha evolutiva, mas sim uma disposição em mosaico dentro do grupo. Por isso, para muitos, parece prevalecer a ideia de considerar os australopitecos apenas como um grupo diferente e peculiar de primatas. 

Os traços peculiares dos três filhos de Noé podem ser identificados ainda hoje?

Sem dúvida. Até hoje os povos semitas (descendentes de Sem) podem ser reconhecidos pelos traços fisionômicos. As línguas que falam, apesar das variações, também podem ser identificadas através dos sons guturais fortes, como no árabe, e das raízes trilíteras, compostas unicamente de consoantes (só mais tarde os massoretas acrescentaram vogais ao hebraico). 

Jafé deu origem aos povos indo-europeus, ou caucasianos, ou ainda arianos. Os jafetitas, além de povoarem a Europa, imigraram para o vale do Rio Indo (Índia), ocorrendo a miscigenação com os povos que lá já havia. Os hindus têm, portanto, ascendência jafetita e sua língua tem como base o sânscrito, que é uma língua jafetita. Dessa língua surgiu uma grande família que originou idiomas como o latim, o grego e o português, “a última flor do Lácio”. São línguas agradáveis, “de cultura” e ampla flexão nominal e verbal, que permitem expressar ideias profundas, o que não ocorria com as línguas semíticas. 

Um dos sete filhos de Jafé, Gômer, originou os europeus; Javã originou os gregos; Magog, os povos eslavos (russos); e Madai, os medo-persas.

Cão, por sua vez, deu origem às etnias negróides, australóides e mongolóides – ou camíticas. Suas línguas sofreram grande fragmentação. São silábicas e aglutinantes. Exemplo: Itatiaia, palavra indígena que significa pedra (ita) de muitas pontas. 

Do filho mais velho de Cão, Cush, surgiram os cushitas, que deram origem aos etíopes, sudaneses e núbios, ou seja, os negros. Ninrod, também filho de Cão, fundou Babel, onde houve a grande fragmentação linguística. Misrain originou os egípcios; e Canã, que quer dizer púrpura, deu origem aos cananitas. Quando os gregos entraram em contato com os cananitas, na costa mediterrânea, chamaram-nos de fenícios, que quer dizer justamente púrpura. 

Fale um pouco mais sobre as características das três grandes etnias.

Os semitas tinham propensão à religiosidade. Agarravam-se a Deus, ou a deuses. Como disse, o hebraico, por exemplo, é uma língua rígida, invariável, própria para transmitir verdades imutáveis. Cogitavam do mundo espiritual, característica que nossa cultura cristã herdou.

Os jafetitas, por causa de sua linguagem e estrutura mental, tinham vocação intelectual. Suas línguas eram próprias para a literatura, a poesia e o canto. Buscavam a verdade, o que fizeram de fato os grandes filósofos.

Já os povos camíticos foram os desbravadores do mundo. Preocupavam-se mais com o “aqui e agora”, eram práticos. Desenvolveram tecnologia náutica e de outras naturezas. Veja o bumerangue dos aborígenes australianos, por exemplo. Uma maravilha da engenharia. Quando os outros povos se lançaram a descobrir novos territórios, os descendentes de Cão já estavam lá. Tome como exemplo a América.

Como se pode ver, todas essas etnias têm características positivas que ajudaram a humanidade, de uma ou de outra forma.

E o que dizer sobre os restos fossilizados de seres humanos com marcas divergentes das normalmente apresentadas pelo homem atual (Homo sapiens) e encontrados no Vale de Neanderthal, na Alemanha, e posteriormente em muitos lugares da Europa?

Foi um esqueleto completo, encontrado em 1908, na gruta Chapelle-aux-Saints, na França, que serviu de base para a descrição desse homem fóssil pelo paleontologista francês Marcelin. Conhecido como “homem das cavernas”, o neanderthal era baixo, atarracado, com cabeça volumosa (capacidade craniana igual à do homem moderno), face longa, ossos nasais enormes e desenvolvidos, osso frontal fugidio, arcadas superciliares salientes, órbitas enormes e arredondadas, e outras marcas diversas, consideradas primitivas, que lhe davam um aspecto um tanto bestial.

Deve ter sido dos primeiros habitantes da Europa, onde enfrentou as agruras de um clima hostil e condições ambientais extremamente adversas. A adaptação ao frio daquelas regiões, segundo a regra de Állen, teria resultado em criaturas humanas com cabeça grande, corpo atarracado e estatura baixa, como ainda hoje se pode observar nos esquimós e nos lapões.

Por outro lado, segundo a mesma regra, a adaptação ao calor implicaria no desenvolvimento de criaturas com estatura elevada, membros longos e crânios pequenos, com capacidade variando entre 750 e 1.300 cm3, como pode ser verificado nos restos do chamado Homo erectus, encontrados na Ásia e na África (Homem de Java ou Pithecantropus erectus, Homem de Pequim, Homem da Rodésia, etc.). Num contexto criacionista, parece certo considerar o Homo erectus como uma variedade do Homo sapiens profundamente modificada. 

Não parece difícil concluir que imediatamente após o dilúvio universal tenha havido condições para o aumento da variabilidade em pequenas populações, especialmente se sujeitas a isolamento geográfico, a profundas e rápidas mudanças ambientais e aos ataques da entropia.

Num tal contexto, haveria condições para a sobrevivência de eventuais aberrações decorrentes de genes mutantes que se espalhariam com mais facilidade graças à diminuição da competitividade resultante do pequeno número de indivíduos e do surgimento rápido de novas condições ambientais entrando em cena.

É o que pode ter ocorrido com populações desgarradas logo após o Dilúvio. Pequenas populações enfrentando condições muito adversas tendem a sofrer acentuada variabilidade física, preservando, contudo, suas marcas culturais.

Por outro lado, grandes populações tendem a sofrer menor variabilidade física em vista da possível eliminação de genes aberrantes, podendo ao mesmo tempo, em tal contexto, desenvolver maior variabilidade cultural, como se pode observar no estudo dos povos e etnias.

À luz da visão criacionista, não parece tão difícil explicar a tremenda diversidade física e cultural humana, evidente não só na humanidade do passado, mas em pleno século 21.

Quais o senhor acha são as maiores evidências de que o homem foi criado por Deus?

Há um grande número de atributos que conferem ao homem status singular que jamais poderia ter se desenvolvido gradualmente a partir de atributos animalescos. Tampouco poderiam existir num mundo sem significado ou propósito. Vejamos alguns:

Capacidade para raciocínio abstrato e para o uso de linguagem complexa. É significativa a conclusão de linguistas de que as línguas possuem uma subestrutura universal que compreende a gramática, o vocabulário e, eventualmente, a fonologia. Por isso, não existem “línguas primitivas” ou “pré-línguas”, mesmo entre os povos considerados atrasados. Por outro lado, é reconhecida a existência de uma superestrutura não universal transmitida culturalmente, o que explica a existência de “línguas de cultura”, mostrando que a língua que a pessoa fala e o modo como é falada influi na vida intelectual. Os seres humanos estão, portanto, pré-programados para a fala, o que é em si forte evidência de desígnio.

Capacidade de produzir cultura “cultivando” a mente ao prover-lhe conhecimento e ao interagir com outros nos modos de pensar, crer, relacionar-se e comportar-se.

Senso de história e temporalidade. É marca humana sui generis descobrir-se imerso no tempo, “datado”, sentindo o presente, o hoje, sem a ele ficar preso, podendo atingir o ontem, o passado, e reconhecer o amanhã, o futuro.

Senso de responsabilidade e dever. Tremenda é a peculiar capacidade humana de possuir e de poder desenvolver uma consciência que o dirige ao que é certo, de acordo com códigos morais que o homem pode conhecer, entender, cumprir e ele mesmo elaborar.

Transcendência. O ser humano, embora consciente da realidade objetiva na qual se situa e imerso na matéria, é capaz de libertar-se da unidimensionalidade e do seu senso de finitude e transcender ao sobrenatural e ao espiritual.

Capacidade de fazer escolhas livres. Outro grande atributo do ser humano que normalmente possui o senso de que “existe” e não meramente de que “vive” ou “acontece”. Ele é capaz de defrontar escolhas e opções, refletir antes de agir, e depois de haver optado e já tendo agido, bem ou mal, sente ainda que poderia ter agido diferente.

Apreciação da beleza e gratificação estética são outras marcas essencialmente humanas.* Apenas um ser muito singular em toda a natureza seria capaz de extasiar-se ante um amanhecer, ante uma noite estrelada ou na contemplação de uma paisagem calma. Somente o ser humano é capaz de apreciar a beleza, que parece estar sendo esbanjada, às vezes parece escondida e outras vezes se encontra até perdida na bagagem genética dos seres vivos. Interessante... há a beleza que parece propositalmente existir para ser apreciada e há o ser humano que, de propósito, parece feito para apreciá-las, desde o ciciar da brisa mansa até os acordes de uma Nona Sinfonia. 

Por que apreciamos a beleza, desfrutamos a música, e temos essa grande indagação quanto à existência? Essas características mentais parecem ir além do nível mecanicista e estar acima dos requisitos de sobrevivência esperados da seleção natural.

Feitos incríveis da humanidade. É realmente notável perceber as culminâncias atingidas pela humanidade. Em todos os domínios do conhecimento e das realizações, são notáveis as realizações humanas, alcançadas em decorrência da tremenda força do espírito humano, capaz de enfrentar obstáculos e desafios os mais diversos e atingir alturas quase inimagináveis.

É impressionante o elenco de obras humanas, desde o busto de Nefertiti (rainha egípcia do 14º século a.C.), até a estátua de Moisés, esculpida por Michelangelo; desde a pintura da Capela Sistina, até os Girassóis de Van Gogh; desde a obra Les Misérables, de Victor Hugo, até Os Sertões, de Euclides da Cunha; desde o Salmo 19, de Davi, até a obra Kosmos, de Alexander von Humboldt; desde a Didática Máxima, de Johan Amos Commenius, até o livro Educação, de Ellen G. White.

Notáveis são no ser humano seus atributos racionais, morais, estéticos e espirituais, que quando cultivados permitem não só empreender a busca da verdade, mas desenvolver o amor, a bondade, o desprendimento, como se observa, por exemplo, nas vidas de Albert Schweitzer, Madre Tereza de Calcutá e tantos outros.

Lamentavelmente, está sendo consumada a grande tragédia humana, que consiste na opção pelo acaso e na renúncia a uma origem nobre. A comunidade intelectual, e especialmente a comunidade científica, escolheu a visão naturalista do mundo como cenário para a ciência, limitando assim o conhecimento e estreitando a visão de mundo. A visão naturalista, tanto quanto a visão criacionista, são emolduradas por pressuposições e atos de crença. A opção depende muito da formação, do contexto vivencial e da estrutura mental de cada um. É só pensar e escolher.

[*Nota do entrevistador: Sobre o ponto de vista evolucionista, a própria evolução da linguagem não teria explicação sem a aceitação de uma convivência social de grupos de seres humanos cooperandoentre si. Assim, não se pode adotar a hipótese da sobrevivência do mais apto por seleção natural, o que serve de alerta em relação à aplicação indiscriminada dos conceitos biológicos darwinistas – questionados até mesmo no âmbito da própria Biologia – a outros setores da ciência. Outra dificuldade para o evolucionismo é explicar o surgimento da capacidade de raciocínio abstrato, que envolve a potencialidade cerebral para a compreensão e a utilização dos conceitos de concreto e abstrato. Max Müller, o eminente filólogo alemão, contemporâneo de Darwin, confrontando-o, criticou a teoria da evolução com as seguintes palavras: “É nosso dever advertir aos ilustres discípulos de Darwin que, antes de conseguirem uma verdadeira vitória, antes de poderem declarar que o homem descende de um animal mudo, devem cercar formalmente uma fortaleza que não se renderá por uns poucos tiros disparados ao acaso – a fortaleza da linguagem, que até o momento permanece inamovível exatamente na fronteira entre o reino animal e o homem” ("Linguagem e Antropologia", citado em Folha Criacionista nº 22, p. 46).

[Curiosamente, o que não se conseguiu na Biologia, no sentido de se construir uma árvore genealógica dos seres vivos (o que confirma a estrutura conceitual criacionista, segundo a qual os seres vivos foram criados independentemente, “cada um segundo a sua própria espécie”), está se conseguindo aos poucos na Linguística, já que os fatos apontam para uma árvore com muitos galhos e um tronco comum (confirmando, também, a posição criacionista baseada no relato de Gênesis, e estando plenamente de acordo com as declarações do apóstolo Paulo, feitas no Areópago de Atenas, perante os mais ilustres sábios da época: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas ... de um só fez toda a raça humana para habitar sobre a face da Terra” (Atos 17:24, 26).]

[*Nota do entrevistador: É interessante ler o que Darwin escreveu a seu amigo norte-americano Asa Gray, em The Life and Letters of Charles Darwin, v. 2, p. 296: “Lembro-me muito bem do tempo quando pensar no olho me fazia esfriar todo, mas já superei esse estágio da doença, e agora pequenos particulares insignificantes de estrutura muitas vezes me deixam muito pouco à vontade. A visão de uma pena na cauda de um pavão, toda vez que a observo, me deixa doente!”]