domingo, 25 de dezembro de 2016

Nigéria diz ter tomado último reduto do Boko Haram

Presidente do país afirma que tropas do governo conquistaram floresta considerada o último grande refúgio da milícia islamista. Desde que entrou em atividade, há sete anos, grupo terrorista matou cerca de 20 mil pessoas. O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, anunciou neste sábado (24/12) a tomada completa por tropas governamentais da floresta de Sambisa, situada no nordeste do país e considerada o último grande refúgio da milícia islamista Boko Haram. "Os terroristas fugiram e já não têm um lugar onde se esconder", declarou o presidente, se referindo à conquista, finalizada na sexta-feira.
Além de santuário e base de operações, a floresta de Sambisa era o último grande território controlado pela organização fundamentalista na parte nordeste da Nigéria, segundo o comunicado de Buhari.
O Exército da Nigéria realizava há vários meses ofensivas nesta floresta, de cerca de 1.300 quilômetros quadrados, localizada no estado de Borno, onde os combatentes do grupo se refugiaram depois de sofrer alguns reveses militares.
Na quarta-feira, o Exército anunciou a libertação de 1.880 civis que estavam nas mãos do Boko Haram e a captura de mais de 500 combatentes durante a semana passada, na floresta de Sambisa.
Mais de 15 mil mortos
Desde que começou sua atividade terrorista há sete anos, o Boko Haram matou cerca de 20 mil pessoas e provocou o desloamento de mais de dois milhões. A insurgência visa criar um Estado islâmico regido pela sharia. A milícia controlava até há pouco vastas áreas do nordeste da Nigéria, país mais populoso da África..
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, chegou ao poder em maio de 2015, tendo a luta contra Boko Haram como uma de suas prioridades.
Desde então, o Exército nigeriano conseguiu fazer os fundamentalistas recuarem, em cooperação com tropas dos países vizinhos Camarões, Níger, Chade e Benin. Entretanto, não conseguiu interromper atos terroristas do grupo realizados contra civis, em que frequentemente crianças são usadas em atentados suicidas em mercados e outros lugares movimentados.
O Boko Haram provocou uma onda de indignação no mundo todo ao sequestrar, em abril de 2014, 276 estudantes de uma escola feminina de ensino médio da cidade de Chibok, no estado de Borno. Cerca de 200 menores ainda continuam nas mãos da seita.
Apesar de ter sido expulso da floresta de Sambisa, o Boko Haram ainda executa atentados suicidas em áreas do nordeste nigeriano e nos vizinhos Níger e Camarões.

Exército nigeriano expulsa Boko Haram de um de seus últimos redutos
O presidente nigeriano Muhammadu Buhari, em 19 de junho de 2016 em Abuja                                                                                                                           O presidente nigeriano Muhammadu Buhari declarou neste sábado que o exército havia "esmagado" o grupo extremista islâmico Boko Haram na floresta de Sambisa, um de seus últimos redutos no noroeste do país.
O exército realiza há vários meses operações nesta floresta de cerca de 1.300 km2, localizada no estado de Borno, onde combatentes do grupo encontraram refúgio depois de suas derrotas militares.
"Estou muito contente e muito orgulhoso dos bravos soldados do exército nigeriano, após ouvir a notícia há muito aguardada e gratificante do esmagamento final dos terroristas do Boko Haram em seu último reduto na floresta de Sambisa", disse Buhari em um comunicado.
O chefe de Estado elogiou a "determinação" das tropas nigerianas, "que finalmente penetraram e esmagaram o que restou dos insurgentes do Boko Haram no 'Acampamento Zero', no coração da floresta de Sambisa".
"O chefe do Estado-Maior do exército me informou que o acampamento havia caído às 13h35 de sexta-feira, 22 dezembro, e que os terroristas estavam em fuga, sem ter para onde ir", disse o presidente.
Quarta-feira, o exército disse que tinha libertado 1.880 civis das mãos de Boko Haram e capturado mais de 500 combatentes durante a semana passada na floresta de Sambisa.
Seita extremista salafista, o Boko Haram evoluiu para um movimento jihadista após a morte de seu fundador, Mohammed Yusuf, em 2009. A violência do movimento e sua repressão deixaram mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados em nordeste da Nigéria.

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