Deus seja louvado.

Técnicas e processos; métodos e instrumentos de ofícios pelo qual domina as atividades humanas.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Atrocidades no Congo por Leopoldo II da Bélgica

Raramente é abordado um sujeito como Leopoldo II da Bélgica. Claro, para entender como chegamos a isso, precisamos passear pela história da África, colonização europeia, Liga das Nações, Escravidão Árabe.  A África tem uma longa história de impérios e civilizações, e parte da renda desses impérios vinha da venda de escravos, principalmente o Tráfico Árabe de Escravos, cujos primeiros registros são do ano 614 e só foi acabar por volta de 1900, embora informalmente tenhamos hoje 9.2 milhões de pessoas no continente vivendo em condições de escravidão.  Com a chegada dos europeus os reinos começaram a depender mais e mais da escravidão como renda, se acostumaram com o monopólio, aí quando o bom-senso prevaleceu e a Europa decidiu que escravizar humanos não era uma coisa boa, houve revoltas e tráfico ilegal entre os reinos africanos, e Zanzibar só aboliu de vez a escravidão em 1897. Sem sua fonte de renda os reinos se tornaram alvo fácil dos europeus, sempre atrás de expandir territórios e recursos, como se o mundo fosse um grande tabuleiro de War.  Com a desculpa de que a África era um imenso shithole que precisava desesperadamente ser civilizada, a Europa literalmente loteou o continente, que até o começo do Século XIX tinha pouca presença europeia, em geral ilhas desabitadas e entrepostos comerciais para compra venda e leasing de escravos.
Essa percepção começou em 1876 com a Conferência Geográfica de Bruxelas, organizada pelo Rei Leopoldo II da Bélgica. Sim, até a Bélgica estava de olho na África, e olha que eles nem são um país de verdade, são só um lugar inventado para que ingleses e alemães tenham aonde resolver suas diferenças.
No final da conferência foi criada a Associação Africana Internacional, uma “ong” que pretendia “explorar e civilizar” a África Central. A associação era uma empresa de fachada para os interesses de Leopoldo, que prosseguiu com missões em busca de marfim, fincando o pé na região do Congo.  Em 1885 aconteceu a Conferência de Berlim, em Berlim (só pra ficar claro) quando a Europa organizou a exploração do continente africano, com divisão de territórios e colônias entre os participantes.  
  Uma das consequências foi a criação do Estado Livre do Congo, um nome irônico para um país… privatizado. A região foi cedida a Leopoldo, não como Rei da Bélgica, mas Leopoldo pessoa física. Ele investiu uma considerável parte de sua fortuna, e o governo da Bélgica colaborou com outra parte maior ainda.   Quando a indústria automobilística começou a crescer, houve uma súbita demanda por borracha, e Leopoldo aumentou a quantidade de concessões, nas quais empresas pagavam a ele pelo direito de explorar borracha no Congo. A maior demanda também fez com que as empresas exigissem mais produtividade dos funcionários, que não tinham nenhum direito. Não havia polícia, tribunais, hospitais, nada.
Vilas que não cumpriam suas cotas sofriam punições. As empresas empregavam a Force Publique, uma milícia formada por tribos locais para controlar a população e aplicar punições, que podiam ir de açoitamento público a massacres de vilas inteira, como exemplo para outras comunidades.
As empresas decretavam morte dos que não cumpriam suas cotas, mas não confiavam nos soldados da Force Publique. Havia a suspeita que muitos soldados ao invés de matar os preguiçosos, estavam usando sua munição, que era cara e contada, para caçar. O problema foi resolvido exigindo que trouxessem u’a mão do morto, como prova de que ele havia morrido.
Os guardas, que eram bem espertos, aprenderam que ao invés de se embrenhar no mato atrás de um funcionário fugitivo, podiam ir para uma aldeia, passar o facão nos habitantes e voltar com a quantidade de mãos suficientes para preencher sua cota.
Essas histórias e muitas outras foram contadas por jornalistas e viajantes, como George Washington Williams, veterano da Guerra Civil americana, pastor, político jornalista e historiador negro. Em 1890 depois de visitar o Congo ele publicou uma carta aberta ao Rei Leopoldo II, descrevendo em detalhes 14 atrocidades que testemunhou, de famílias inteiras sendo fuziladas a estupros coletivos.  
Alice Seeley Harris era uma inglesa, missionária que para azar de Leopoldo pois seu hobby era a fotografia.
De 1901 a 1905 ela e o marido moraram em uma missão no Congo, aonde eles ficaram horrorizados com as atrocidades promovidas pelas empresas seringueiras. Em um dos casos, talvez o mais famoso dois homens chegaram na missão pedindo ajuda. Por não cumprir sua cota eles foram punidos; seguranças da Anglo-Belgian India Rubber Company mataram vários parentes dos dois.
Um dos homens trazia em uma bolsa feita com folhas as mãos e pés de sua filha, arrancados a facão pelos soldados da firma. Sua esposa também foi morta no processo. Horrorizada, Alice pediu ao homem para fotografá-lo. Depois dessa ela fez muitas outras imagens, que foram publicadas em jornais da Europa e dos Estados Unidos.
Na presença de provas irrefutáveis, o nascente movimento humanitário se fortaleceu. No Reino Unido Edmund Dene Morel era uma força formidável publicando artigo em cima de artigo, viajando pelo país e fazendo apresentações que, com ajuda das imagens de Alice e outros fotógrafos, convenceram o público e foram aos poucos conscientizando a opinião pública internacional.   Foi a primeira campanha mundial de Direitos Humanos, e em 1908 depois de muita pressão Leopoldo perdeu a posse da República Livre do Congo, que foi encampada pelo governo Belga, tornando-se uma colônia. As empresas foram expulsas ou tiveram novas regras de funcionamento para impedir atrocidades, mas o dano já estava feito.
Metade da população do Congo havia morrido, entre 1885 e 1908. Alguns estimam 10 milhões de vítimas, entre mortes causadas diretamente por atrocidades e mortes por fome, epidemias, exaustão, etc.  Congo, a população era vista como menos que humanos. Eles não tinham sequer o luxo de serem vistos como escravos, não eram valiosos o bastante nem para ser propriedade. Alguns eram vendidos pelas milícias, mas para outras tribos, os europeus não se importavam.
Quanto a Leopoldo, ele não saiu de mãos vazias. Entre indenizações diretas e compensações por obras na Bélgica que ele fez com dinheiro do Congo, Leopoldo recebeu do governo belga quase 100 milhões de Francos Belgas. Quanto dá isso?  Leopoldo II recebeu uma indenização de US$25.000.000.000 em valores atuais.
Antes de entregar o país Leopoldo ordenou que fossem destruídos todos os registros envolvendo-o com o Congo. “Eles não têm o direito de saber o que eu fiz lá”, teria dito.
Leopoldo II morreu em 1909, sem nunca ter se desculpado ou assumido qualquer responsabilidade pelas atrocidades no Congo. Ele na verdade sequer chegou a colocar os pés no país.
Até hoje a Bélgica também nunca se desculpou ou reconheceu responsabilidade no genocídio.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Quem é a pessoa mais sortuda da Terra?

Seth MacFarlane, sem sombra de dúvida - o ator e cineasta americano. Principalmente conhecido como o criador da série de TV - Family Guy e American Dad. 
  • Ficou bêbado na noite de 10 de setembro de 2001 e dormiu demais.
  • Se o que foi dito acima não o teve sorte o suficiente - seu agente de viagens acidentalmente (de fato, felizmente!) Atrapalhou o tempo de voo que deveria embarcar no dia seguinte.
  • Ele chegou apenas 10 minutos atrasado para embarcar no avião, foi ao balcão, mas o portão estava fechado. Deixado sem opção, Seth optou por embarcar no próximo vôo.
  • Ele foi ao salão e adormeceu. Ele acordou cerca de 45 minutos depois com o tom e gritou que o próprio vôo que ele estava prestes a embarcar se não estivesse atrasado - o vôo 11 havia acabado de colidir com a Torre Norte.
  • Ele então sentou e observou o segundo avião atingir a Torre Sul.
  • Ele se virou para o cara sentado ao lado dele e disse -
“Meu Deus, era nesse vôo que eu deveria estar. Eu me atrasei. Perdi ele."

Empresa brasileira cria teste que detecta o coronavírus em 10 minutos

20/03/2020 - A empresa curitibana Hi Technologies desenvolveu um teste rápido para o coronavírus, capaz de emitir um diagnóstico em apenas 10 minutos. O teste é uma ‘cápsula’ para o Hi Lab, equipamento comercializado pela empresa que atualmente pode realizar 20 tipos de exames diferentes. A técnica usada no exame é a imunocromatografia, a mesma usada em testes de gravidez ou HIV. Ela detecta a presença de anticorpos (Imunoglobulina tipo M, IGM, e tipo G, IGG) produzidos pelo organismo em resposta ao vírus. A acurácia dos resultados é de 99% no teste de IGG e 93% no de IGM, e aumenta de acordo com o tempo decorrido desde o início dos sintomas. Em comparação, um teste PCR detecta a presença do vírus propriamente dito no organismo, e pode emitir um diagnóstico mais cedo no processo de infecção. Entretanto, podem ser necessárias até 12 horas para obter um resultado em condições normais e, na prática, os resultados estão demorando mais tempo devido à quantidade de pacientes a serem testados.
Segundo Marcus Figueredo, CEO da Hi Technologies, o teste foi desenvolvido em cerca de 4 semanas, incluindo a validação dos resultados usando Hi Labs em parceiros no exterior, conectados à internet. A empresa não revela o investimento necessário.  Inicialmente os testes serão enviados a São Paulo, principal foco da doença no Brasil, e Curitiba, mas já há planos para distribuição em outros estados, que ainda serão anunciados.
A quantidade de testes que serão distribuídos não foi divulgada pela empresa, que afirma que já tinha planos para garantir o aumento da produção caso necessário. As entregas começarão já nesta sexta-feira (27), com ampla disponibilidade em meados de abril, quando é previsto o primeiro “pico” da doença no país.
Figueredo diz que os Hi Labs estão presentes em 250 cidades no Brasil e há “milhares de profissionais” credenciados para operar os equipamentos e realizar os testes. Os equipamentos são usados principalmente na rede privada, mas “há discussões com o poder público”, afirma. A estimativa é que um teste custe cerca de R$ 130 para o consumidor final.
O executivo afirma que uma política de quarentena (lockdown) e “testar, testar, testar” é a melhor abordagem para conter o avanço da Covid-19 no país. Segundo Figueredo, números apontam que o vírus irá infectar 70% da população brasileira. O trabalho a ser feito é para “achatar a curva”, distribuindo estes casos em um período maior de tempo para que o sistema de saúde possa lidar com eles sem que entre em colapso.
“Se fosse futebol, seria como jogar na retranca”, diz ele. Um dos principais motivos para a quarentena é que de 75 a 80% dos pacientes são assintomáticos, mas ainda assim podem transmitir a doença para pessoas em grupos de risco. O isolamento reduz a velocidade com que a Covid-19 se espalha, e com isso o número de casos graves e óbitos. 
A Hi Technologies é um laboratório independente de análises clínicas. O teste rápido Hi Lab é uma metodologia criada pelo laboratório e aprovada pela Anvisa. Os reagentes e sistemas analíticos são produzidos e validados pelo próprio laboratório, de acordo com a lei, o que torna o laboratório apto a realizar os exames de sangue sorológicos para Covid-19.

domingo, 7 de junho de 2020

Se alguém digitar o endereço IP do meu PC na barra de endereços URL de um navegador, essa pessoa poderá se conectar ao meu computador?

Dificilmente. Ao digitar o IP da sua máquina, na Barra de Endereços do Navegador de Internet (Browser), a máquina apontará para um Endereço HTTP, não para um IP a ser atingido como Endereço final; observe, outrossim, que o Navegador embute, automaticamente, o Protocolo de Resolução (ficaria, grosso modo, assim: http[s]://192.???.???.???http[s]://www.192.???.???.???, etc.), numa tentativa de encontrar o correto, vez que este buscou o IP digitado, nos DNS local e remotos, sem sucesso. Depois, se sua máquina estiver por trás de um Firewall, alguns Serviços serão negados pelo próprio. E finalmente, se sua máquina recebe IP dinâmico, é bem provável que o próprio Serviço NAT (Natural Address Translator) barre o seu acesso, o que obrigaria sua requisição a ser feita, para ter sucesso, via VPN. O Browser não foi feito para acessar IP´s diretamente; ele o faz, mas utiliza Protocolos, para isso.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Quais são as pessoas com maior Q.I. da História?

15º Garry Kasparov
Considerado o melhor jogador de xadrez da história, o armênio Kasparov tem um Q.I. na casa dos 190. Só para você ter ideia, ele se manteve como o melhor enxadrista do mundo por quase duas décadas, tendo vencido seu primeiro campeonato mundial quando tinha 22 anos de idade.
14º Philip Emegwali
Cientista e inventor nigeriano, Emegwali tem um Q.I. de 190 e é considerado o maior cientista africano de todos os tempos. Os cálculos matemáticos que ele já fez ajudaram a criar a internet como conhecemos hoje, por sinal.
13º Marie Curie
Essa polonesa que trabalhava com física e química foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel – dois, na verdade. Basicamente, Curie desenvolveu a teoria da radioatividade e descobriu dois elementos químicos (polônio e rádio). Estima-se que seu Q.I. era algo em torno de 180 e 200.
12º Galileu Galilei
Considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, Galileu fez contribuições intelectuais importantes em diversas áreas, como astronomia, física, matemática e filosofia. Foi considerado um herege pela Inquisição Romana ao defender que a Terra girava ao redor do Sol, e seu Q.I. ficava entre 180 e 200.
11º Thomas Young
O médico e físico inglês trouxe descobertas importantes na óptica e anatomia humana, como a causa do astigmatismo. A estimativa é que seu QI varia de 185 a 200.
10º Nikola Tesla
O inventor e futurista que fez grandes contribuições para os estudos de eletricidade e para a transmissão de energia sem fio é também responsável pelo conceito do famoso “raio da morte”. Além disso, Tesla previu o surgimento dos smartphones, dos drones e de outras tecnologias, apesar de ter nascido em 1856. O Q.I. desse cara? Algo em torno de 195.
9º Isaac Newton
O físico e matemático inglês, que formulou a lei da gravitação universal, teve papel fundamental na revolução científica do século 17. Seu QI estimado varia de 190 a 200.
8º Gottfried Leibniz
O matemático e filósofo alemão que viveu no século 17 aprofundou seus estudos em cálculo diferencial e integral e no sistema binário. Seu QI estimado varia de 182 a 205.
7º James Maxwell
O físico e matemático escocês que viveu no século 19 formulou a teoria eletromagnética e é considerado um dos cientistas que mais influenciaram a física. Seu QI estimado varia de 190 a 205.
6º Rudolf Clausius
O físico e matemático alemão, autor da segunda lei da termodinâmica, foi um dos primeiros cientistas a sugerir que as moléculas são feitas de átomos. Seu QI estimado varia de 190 a 205.
5º Leonardo da Vinci
Pintor, arquiteto, músico, matemático, botânico, geólogo, engenheiro e inventor. A medida de QI estimada do gênio italiano varia de 180 a 220.
4º William Shakespeare
Considerado o melhor escritor inglês de todos os tempos, Shakespeare, que também era um grande dramaturgo, tem suas obras reconhecidas até hoje – ou você nunca ouviu falar de “Romeu e Julieta” ou “Hamlet”? Seu Q.I. era de aproximadamente 210.
3º Albert Einstein
O autor da teoria da relatividade revolucionou a física e sua foto simboliza a genialidade. A medida de QI estimada do alemão vai de 205 a 225.
2º Johann Goethe
A medida de QI estimada do escritor alemão varia de 210 a 225. Seu romance "Fausto", publicado em 1808, ainda hoje é considerado uma das maiores obras-primas da literatura alemã.
1º William Sidis
William Sidis foi uma criança prodígio americana. Aos 2 anos de idade, Sidis já lia o New York Times e escrevia (em inglês e francês) na máquina de escrever. Aos 9 anos, foi aceito na Universidade de Harvard — mas, sem capacidade emocional para frequentar as aulas, só pode ingressar aos 11 anos. Sidis faleceu com 46 anos em 1944 devido a uma hemorragia cerebral. A estimativa de seu QI varia de 200 de 300.

domingo, 24 de maio de 2020

A Nova Rota da Seda

07/01/2020 - “De mar a mar/de tierra a nieve/ todos los hombres te contemplan/China”. Hoje, mais de 60 anos depois de Pablo Neruda redigir esses versos, os olhos do mundo continuam postos sobre a China, com atenção redobrada. Chegando ao centro do tabuleiro geopolítico, a potência asiática recusa a pretensão de hegemonia e continua a se definir como um país em desenvolvimento, o que implica em uma abordagem de relações internacionais que prega o multilateralismo, a paz e a prosperidade para todos.
A Nova Rota da Seda ou Belt and Road Iniciative (Iniciativa Cinturão e Rota), como é mais conhecida internacionalmente, é a materialização dessa visão. Apresentada pelo presidente chinês Xi Jinping, em 2013, trata-se de um imenso projeto de parcerias oferecido pela China com o objetivo de construir a maior rede de infraestrutura para o transporte de mercadorias e pessoas do planeta, além de aprimorar a economia digital. Comporta obras como estradas e ferrovias atravessando toda a Ásia e chegando à Europa Ocidental, aeroportos, portos apoiando redes marítimas, oleodutos, dentre outros. Na definição oficial, ela envolve a coordenação de políticas, conectividade das infraestruturas, fluxo livre de comércio, integração financeira e entendimentos entre os povos. Até o final de 2018, apenas cinco anos após o lançamento da iniciativa, a China já havia assinado acordos com 106 países e 29 organizações internacionais.
Não se trata de um acordo multilateral, embora comporte relações e estabeleça instituições multilaterais, mas sim de acordos bilaterais que a China oferece aos parceiros. De forma sucinta, eles implicam no financiamento chinês para a construção da estrutura necessária para a interligação pretendida. Para tanto, Pequim criou, em 2014, o Fundo da Rota da Seda, com recursos de suas agências estatais e bancos de financiamento do desenvolvimento: um aporte inicial de 40 bilhões de dólares. Em 2017, quando se realizou o primeiro Fórum Internacional da Rota da Seda, novos aportes bilionários foram feitos, indicando tanto o sucesso da iniciativa como a vontade da China para levá-la adiante.
A iniciativa abrange especialmente a Ásia e a Europa, mas não exclui países em desenvolvimento de outras regiões. O que é natural: a China tanto se coloca como uma liderança desse grupo como já vem consolidando suas relações com as regiões desprezadas pelo Norte, como, por exemplo, a África, onde sua presença é cada vez mais relevante. E, não menos importante, com a América Latina, cuja aproximação com os chineses causa temores e fortes reações nos escritórios de Washington.
Há quem fale de um Plano Marshall chinês, dado o imenso volume de recursos, invocando o financiamento norte-americano para a reconstrução de uma Europa Ocidental destruída pela Segunda Guerra. Contudo, e isso é bom lembrar, a Nova Rota da Seda não implica uma contrapartida militar, como foi o caso do Plano Marshall, com sua consequente criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Pelo contrário, a iniciativa chinesa afirma manter a defesa da aplicação da política dos cinco princípios de convivência pacífica enunciados por Zhou Enlai ainda na década de 1950, quando a República Popular estava em seus primeiros anos: respeito à soberania e à integridade territorial de todos os países; não agressão; não ingerência nos assuntos internos de outros Estados; igualdade entre os países; e benefício mútuo. A esses princípios – posição histórica da China em relações internacionais – se une agora o de “comunidade de destino comum da humanidade”, enfatizado no 19º Congresso do Partido Comunista, em outubro de 2017.
Portanto, mais que uma iniciativa puramente econômica com o objetivo de ampliar as redes de exportação e importação centradas na China, a Nova Rota da Seda pretende-se um projeto contra hegemônico, uma nova proposta para o sistema internacional. Para compreendê-la em todas as suas dimensões, é necessário aproximar-se da experiência histórica da China, particular dentre os Estados contemporâneos, devido a suas raízes milenares.
A começar pela própria referência à rota da seda. Sua versão “original” vem do início da era comum, quando uma rede gigantesca de caminhos, cidades e mercados existiu nas extensões da Ásia desde a China até a Europa. Há registros de comércio de seda, um produto originariamente desenvolvido na China, na Roma do século II. Além de mercadorias, as caravanas levavam e traziam ideias: o budismo, hoje um dos pilares da cultura tradicional chinesa, viajou para o leste pelos caminhos da rota da seda.
Por outro lado, invenções e descobertas chinesas como o papel, o magnetismo, instrumentos agrícolas, estribos, dentre outros chegaram até a Europa pela mesma via. É esse o “espírito da Rota da Seda” invocado por Xi Jinping em seus discursos como fundamento da nova iniciativa: cooperação, abertura, ampliação do conhecimento e benefícios para todos. “O espírito da Rota da Seda se tornou em um grande patrimônio da civilização humana”, disse ele aos 1500 participantes do Fórum de 2017, uma ideia reiterada na recente reunião de abril de 2019.
E o que seria esse “espírito”?
A consolidação de um Estado chinês unificado aconteceu em 221 a.C, pondo fim a um período de séculos de guerras internas, nas quais dezenas de pequenos estados disputavam a hegemonia na região que hoje compreende a China. O rei de Qin, um desses poderes, levou adiante a campanha militar que derrotou os oponentes e consolidou a centralização em um Império. Qin Shi Huangdi, como ele passa se se chamar (“primeiro imperador”), tomou diversas medidas para organizar a administração e proteger seu domínio. Uma delas consistiu na primeira construção da Grande Muralha, a partir de estruturas já existentes. A China, ciente de sua grandeza, procurava a ordem após as guerras internas e deixava o resto do mundo para além de sua muralha.
Já sob a Dinastia Han (206 a.C a 220 d.C), que sucederam a Qin, a China expandiu seus limites para além do Rio Amarelo, conquistando territórios que liberaram a passagem para o centro da Ásia, especialmente o Corredor de Hexi, faixa de terra entre o planalto tibetano e o deserto do Góbi. Já no início do século II, tanto as rotas comerciais estavam abertas como muitos estados da Ásia Central tornaram-se tributários do Imperador. A China agora se abriria e levaria suas realizações para toda a Eurásia. A Rota da Seda atingiu seu apogeu na Dinastia Tang (618-907) e só declinou com a conquista mongol, em 1297. Portanto, durante mais de mil anos, aqueles caminhos estabilizaram o intercâmbio de mercadorias e de visões de mundo.
Hoje, ao buscar a antiga Rota como símbolo e referência de sua proposta mais ambiciosa, a China se apoia na legitimidade histórica para se apresentar ao mundo como a potência que, salvo o período da dominação colonial, sempre foi. Evidentemente, há a vontade política de afirmar que esse retorno a uma condição que foi sua na maior parte da história não deve causar temores. Afinal, como insistem os chineses, a prosperidade da China será, assim como foi, a prosperidade de todos.
Como é natural, mesmo avançando rapidamente a construção dessa Nova Rota da Seda, enfrenta percalços que exigem da China muito de sua tradicional paciência estratégica.
Ao assinar seus acordos, a China se relaciona com países com demandas contraditórias e atravessa áreas de disputas latentes. O relacionamento com a Índia, por exemplo, é extremamente delicado. Ao elencar o Paquistão como aliado preferencial e anunciar acordos para obras de infraestrutura na região da Caxemira, que a Índia reivindica como sua, a China toma posição tácita diante de um conflito que envolve potências nucleares. Esse foi o preço a se pagar para conseguir firma-se na Ásia Central e se contrapor ao enclave militar norte-americano existente no Afeganistão.
Os Estados Unidos, por sua vez, procuram manobrar contra o projeto chinês explorando essas dificuldades e trabalhando no desentendimento entre a Índia e a China. Talvez seja essa a questão mais complexa no cenário na Nova Rota, mas a existência de objetivos estratégicos de longo prazo comuns entre as potências asiáticas pode colaborar para contornar as dificuldades.
Temores quanto ao incremento do poder chinês e o risco de endividamento crônico dos países parceiros também são levantados contra a iniciativa. Há quem lembre que o mundo já devia, em 2018, US$ 5 trilhões à China (6% do PIB mundial) e que, além disso, 7% do PIB dos EUA é propriedade chinesa em títulos do tesouro norte-americano[1]. Porém, salta aos olhos a hipocrisia dos que chutaram a escada para interditá-la aos outros.
À diferença do padrão que conhecemos no século XX, os acordos com os chineses não são feitos com as armas na mão e nem tem, por baixo da mesa, cartas orientando a derrubada de governos. Esse é o grande trunfo que Pequim tem a ostentar contra a guerra de propaganda que acusa sua iniciativa.
“Não há nada mais fluido e suave que a água e, no entanto, nada se iguala a ela para atacar a rudeza”, diz o Dao de Jing. Com suavidade, a água corta as montanhas rígidas. A referência a Laozi é de Xi Jinping que, anunciando o programa chinês para as relações internacionais, encerrou seu discurso no último Congresso do Partido Comunista afirmando que “quando reina o grande Dao, o mundo pertence a todos”. É essa sabedoria milenar que dá o tom para enfrentar os desafios em torno da Nova Rota da Seda com a qual a China pretende interligar o mundo, de mar a mar, de terra a neve.
*Alexandre G. de B. Figueiredo é doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (PROLAM-USP).


domingo, 17 de maio de 2020

Porque é que os Subarus tem sistema AWD?

Há duas coisas que tornam o sistema de tracção integral da Subaru excepcionalmente melhor do que os sistemas AWD concorrentes.
(1) Projeto e colocação do sistema motriz, levando à simetria e não à assimetria.
A Subaru usa um motor "boxer", que é alinhado horizontalmente para que a cambota desça pelo centro do carro, virada para a frente e para trás.
A maioria dos fabricantes de veículos utiliza um motor em linha ou configurado em V, que normalmente se encontra de lado em SUVs menores como o Toyota RAV4 ou o Ford Escape, ou os sedans como o Chevy Malibu ou o Volkswagen Jetta.
A configuração do motor Subaru tem várias vantagens.
Primeiro, a configuração "boxer" plana tem os pistões a disparar uns contra os outros, o que reduz a vibração e o binário nos apoios do motor.
Segundo, porque é plano, em vez de vertical, o centro de massa do motor fica mais próximo do chão, o que torna o veículo inteiro mais estável.
Terceiro, porque a energia rotacional vai diretamente para trás, diretamente para a transmissão, que está imediatamente atrás do motor e localizada centralmente no veículo.
Em um motor em linha, seja direito ou configurado em V, se esse motor estiver virado para os lados (que na maioria das vezes estão, para economizar espaço sob o capô), a saída do motor vem lateralmente, que deve então passar por uma engrenagem de 90 graus para sair para a transmissão, que é então descentrada. Isto faz com que se perca alguma potência para as engrenagens que fazem a curva de 90 graus, e quando a potência sai da transmissão para as rodas dianteiras, porque a transmissão não está localizada centralmente no veículo, os eixos cruzados para as rodas dianteiras que transportam a potência da transmissão para as rodas motrizes podem não ter (e muitas vezes não têm) o mesmo comprimento.
Isto leva à subviragem quando o condutor realmente carrega no acelerador.
Mesmo em sistemas competitivos de "tracção integral", esta saída de potência não é simétrica.
No lado direito, os sistemas AWD da concorrência, certamente à frente, acontece uma perda substancial de eficiência ou mais torque entregue a um lado ou ao outro pela caixa de transferência. Não é assim tão bom.
(2) O sistema do Subaru é na verdade um sistema de AWD a tempo inteiro.
A maioria dos sistemas concorrentes não são A) sistemas de tracção integral, mas sim sistemas de tracção às 4 rodas modificados, ou B) desligados após 22 1/2 milhas por hora para se tornarem sistemas de tracção às 2 rodas ou sistemas de tracção às 4 rodas.
O sistema Subaru é um sistema AWD a tempo inteiro que é acionado mecanicamente e sempre ligado, não importa o que aconteça.
Devido à forma patenteada, a maioria dos outros sistemas concorrentes tem sistemas AWD opcionais, que são controlados por computador. Eles só se ligam quando sentem, através dos sensores de velocidade, que uma roda está a deslizar . E desligam-se a 22 1/2 milhas por hora, normalmente. Tenho certeza de que provavelmente há uma explicação para esse número, mas eu não me lembro dele assim de cabeça. (Pode ser uma conversão de 40 km/h?) Então, seu CR-V ou Santa Fé diz que é AWD, mas não se estiver a descer a rodovia. Isso significa que você não tem esse tipo de tracção na neve em velocidade moderada a alta, e se você atingir um pedaço de gelo, você vai perder tracção rapidamente.
Devido à forma como o sistema do Subaru está configurado, você obtém um sistema AWD em tempo integral.
Isto também ajuda à condução mesmo quando você não está com mau tempo. Se estiver a fazer curvas, este sistema equilibra a potência das rodas em vez de sistemas controlados por computador, através do sensor das rodas, que procuram um deslizamento das rodas ou perda de potência . Isto ajuda o carro a evitar problemas de sobreviragem ou subviragem. Isso faz deles veículos fantásticos para se ter quando você tem que dirigir por muitas trilhas sinuosas e ventosas, a atravessar as montanhas ou fazer muitas curvas.