Deus seja louvado.

Técnicas e processos; métodos e instrumentos de ofícios pelo qual domina as atividades humanas.

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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

FERVENDO

EX-MILITANTE DO HESBOLLAH ENCONTRA COM JESUS (EMANUEL) NA CADEIA

COMO VIM PARAR NOS ESTADOS UNIDOS

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Água do mar em água potável, solução para seca nordestina.

Índia entra para história ao colocar satélites em 2 órbitas da Terra

A Índia fez história nesta segunda-feira (26) ao colocar em duas órbitas da Terra oito satélites de nacionalidades diferentes que foram lançados em um mesmo foguete espacial. Autoridades do país vibraram bastante com a conquista histórica.
De acordo com o UOL, o primeiro-ministro indiano emitiu um comunicado para expressar a satisfação do país. "Um momento de imensa alegria e orgulho para a Índia (...) Nossos cientistas espaciais continuam fazendo história", escreveu Narendra Modi.
Os satélites foram lançados em um veículo polar PSLV-C35, que subiu de uma plataforma na base de Sriharikota, que fica no estado de Andhra Pradesh. Agora, a Índia faz parte de um pequeno grupo de países que têm capacidade espacial.
Dos oitos satélites, um era meteorológico e os outros sete de comunicação. Três são de propriedade da Índia, três são da Argélia, um é do Canadá e outro dos Estados Unidos.

Ford cria sistema que transforma a condensação do A/C em água potável

Em uma iniciativa bastante interessante, um engenheiro da Ford desenvolveu um sistema que coleta e filtra a água do sistema de ar condicionado do veículo, tornando a potável com acesso por uma pequena torneira instalada no console.
A inspiração para o engenheiro Doug Martin criar o sistema veio após uma visita ao Peru, onde ele viu o processo que extraía água do ar úmido e o disponibilizava para os habitantes locais. Seu sistema, chamado On-The-Go H2O, usa tecnologia semelhante em um veículo e é apenas uma entre as milhares de invenções apresentadas pelos funcionários da Ford no ano passado. Considerando que a condensação do sistema de ar condicionado de um veículo é despejada na via, o sistema de Martin o captura e processa através de um filtro de 0,1 mícron para remover quaisquer impurezas e, em seguida, o bombeia para a torneira. Por enquanto, o sistema pode produzir cerca de 1,89 litro de água a cada hora.
O engenheiro espera que um dia sua invenção possa estar presente em um modelo de produção, revelando-se extremamente útil em locais onde a água potável é escassa. 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Prédio que custou R$ 1,1 bi está afundando nos Estados Unidos

26/09/2016 - Imagine se você investisse US$ 350 milhões (R$ 1,13 bilhão) na construção de algo e tudo simplesmente começasse a afundar? Pois é exatamente isso que está acontecendo com um prédio nos Estados Unidos.
A Millenium Tower, um dos edifícios mais famosos do país, já imergiu cerca de 40 centímetros desde que foi finalizada, em 2008. A imensa torre tem 58 andares também registra uma inclinação de 5 cm para noroesste de onde está localizada, no número 301 da Mission Street, em San Francisco.
E a culpa disso é dos engenheiros que erraram nos cálculos? Não. A responsabilidade sobre os problemas estruturais é de obras vizinhas, sobretudo um túnel subterrâneo que supostamente foi construído sem respeitar algumas regras arquitetônicas locais.
Considerado um dos melhores exemplares do estilo modernista americano, o prédio é conhecido por não ter os andares 13 e 44 a pedido de seus donos, a firma Millenium Partners, por questões de superstição. 

Corrida espacial dos bilionários: a disputa entre a Blue Origin e a SpaceX

      Pouso de sucesso do Falcon 9, foguete da SpaceX


14/04/2016 - Embora o ser humano não entenda completamente tudo o que acontece no planeta Terra, expandir os horizontes sempre foi um desejo inato da humanidade. Por conta disso, a exploração espacial ganhou força nas últimas décadas, impulsionando vários países a desenvolver formas de levar o homem ao espaço e entender um pouco mais sobre a imensidão do Universo.
Ao falarmos sobre esse assunto, não há como deixar de lembrar da NASA, a agência espacial norte-americana. Embora a organização seja a maior empresa do mundo a lidar com esses temas, outras companhias começaram a se destacar nos últimos anos devido ao seu interesse em "democratizar" o interesse e os recursos para a exploração espacial. Nesse quadro, duas empresas merecem ser mencionadas: a Blue Origin e a SpaceX. 
Quem é quem?
A Blue Origin é um empresa astronáutica criada por ninguém menos que Jeff Bezos, o icônico fundador da Amazon. Situada em Kent, Washington, Estados Unidos, a companhia se dedica a desenvolver tecnologias que permitam ao homem ter acesso ao espaço de uma forma confiável e de baixo custo.
Interessado no espaço desde sua juventude, Jeff Bezos diz que sempre sonhou com a dominação espacial pela humanidade. Construir hotéis, parques e colônias são apenas alguns dos objetivos utópicos do executivo, que fundou a empresa em setembro de 2000 com essa visão em mente. Por conta disso, Bezos tem uma visão democrática do espaço. Ele acredita em uma maneira acessível de levar todos à órbita da Terra e experimentar essa experiência única de sair do seu planeta.   A Space Exploration Technologies Corporation (SpaceX), fundada dois anos depois da Blue Origin, teve como ponto de partida a mente do visionário Elon Musk, conhecido como o "Tony Stark da vida real". O bilionário não relata a sua paixão pela exploração espacial como Jeff Bezos, mas também acredita fielmente que é possível democratizar a exploração espacial.
Quando fundou a SpaceX, Elon Musk tinha como visão a criação de foguetes relativamente baratos e que tivessem a capacidade de ser reutilizados, um diferencial que o levou a perseguir objetivos distintos de seu concorrente. O bilionário conseguiu fazer com que sua empresa se destacasse de forma bastante intimidadora diante do mercado, especialmente se considerarmos que se trata de uma companhia privada.
Façanhas
Jeff Bezos tem alguns motivos para comemorar. Recentemente, o foguete New Shepard conseguiu fazer uma decolagem até a zona suborbital – em um altitude de 100 km – e retornar em segurança para a Terra duas vezes. Embora essa distância seja relativamente pequena se considerarmos a vastidão do espaço e o quanto faltava para chegar realmente à orbita do planeta, a Blue Origin se orgulha de ter conseguido fazer isso em uma escala pequena e pretende elevar seus padrões em breve.
De acordo com Bezos, o objetivo primário de sua empresa é desenvolver tecnologias relativamente baratas e reutilizáveis, permitindo uma viagem segura do ser humano ao espaço. "Nós estamos construindo a Blue Origin para semear uma presença forte do homem no espaço", comentou o executivo depois do pouso histórico da New Shepard. Embora tenha trabalhado em constantes aprimoramentos, o executivo não revela quais são os objetivos específicos e futuros da empresa. 


  Elon Musk foi mais categórico ao dizer que a SpaceX tem como objetivo final a colonização de Marte. Para isso, tem investido em tecnologias mais ousadas que as de seu concorrente. A pretensa dianteira que Musk assume diante de Bezos fica clara na resposta que ele deu diante do sucesso da aterrissagem da New Shepard em 2015.
O fundador da Blue Origin chamou o seu foguete de "besta rara" por conta do feito. Já o dono da SpaceX argumentou que ela não é tão rara assim, já que o foguete Grasshopper havia feito seis voos na subórbita três anos antes e ainda estava em uso. Mas aí fica clara a diferença entre as duas propostas: enquanto um dos foguetes era destinado a levar carga e pessoas para o espaço, o outro estava mais para um passeio no céu. No começo de abril, Musk demonstrou como a SpaceX está avançada na reutilização de foguetes que alcançam a órbita terrestre. O pouso histórico aconteceu em uma base em alto-mar em uma balsa controlada a distância no oceano Atlântico, logo depois de o veículo ser lançado de Cabo Canaveral, EUA.
Um Falcon 9 da SpaceX, o foguete utilizado nessa façanha, custa cerca de US$ 60 milhões para ser fabricado (R$ 215 milhões), contra “apenas” US$ 200 mil (R$ 717 mil) para ser reabastecido. Considerando que, para subir ao espaço novamente, um veículo como esse não precise de muitos reparos, a economia na reutilização seria na casa das dezenas de milhões de dólares. 
Objetivos em escalas diferentes
Embora ambas as empresas tenham alcançado o feito de realizar pousos bem-sucedidos, seus objetivos possuem escalas diferentes. A Blue Origin criou o New Shepard para fazer voos na subórbita e retornar com segurança, mostrando que o mesmo poderia ser feito com ser humanos a bordo. O foguete utilizado pela empresa de Bezos tem 12 metros de altura e 3 metros de diâmetro, exigindo muito menos esforço para ser lançado.
Já o Falcon 9 mirou um pouco mais alto e foi lançado em órbita terrestre para demonstrar suas capacidades. Com 48 metros de altura e muito mais massa, foi necessário bem mais esforço para lançar e manter essa criação da SpaceX ao redor do globo.
Objetivos assíncronos
Embora a comparação entre as duas empresas seja inevitável, é importante destacar os feitos de cada uma delas. Não há como dizer que uma delas esteja na frente da corrida espacial apenas porque lançou um dos foguetes em uma altitude maior. As tecnologias por trás do Falcon 9 e do New Shepard são diferentes e podem resultar em um crescimento – dentro da corrida espacial – igualmente distinto.
As duas empresas têm seus méritos dentro do cenário atual e definitivamente ainda vamos ouvir falar muito delas. Jeff Bezos e Elon Musk podem até se estranhar por conta de seus objetivos assíncronos – ou que não possuem sintonia e evoluem em velocidades diferentes –, mas ambos deveriam colaborar para um fim em comum: democratizar o espaço e abrir as portas para que a humanidade possa finalmente conhecer esse vasto Universo.

Space X pede ajuda da NASA para entender explosão do Falcon 9

  10/09/2016 - No começo deste mês, o foguete Falcon 9 da Space X sofreu alguma anomalia que culminou em sua explosão durante testes programados, algo que ficou não foi bem esclarecido até agora.
Após alguns dias sem novidades — e várias conspirações sobre um possível ataque alienígena —, o CEO da companhia, Elon Musk, usou um método nada convencional para dar continuidade às investigações. Em uma série de postagens no Twitter, ele comentou que a Space X continua as pesquisas nos vídeos e relatórios para entender a possível causa do acidente. Segundo as tuitadas, esta foi a falha mais difícil e complexa dos 14 anos da companhia. Assim, Musk aproveitou as mensagens no microblog para solicitar ajuda da NASA e da Força Aérea Americana no caso.
Encontrar a raiz do problema é de suma importância para a empresa, uma vez que os próximos testes dependem dessa investigação, já que a falha pode se repetir em outros foguetes. Não é por acaso que a empresa está tão desesperada, já que pede até para que quaisquer outros usuários com gravações do evento entrem em contato pelo email oficial da Space X. Elon Musk comenta que as investigações giram principalmente em torno do barulho produzido pela explosão, já que não dá para entender se veio de algum componente do foguete ou de outra fonte. Quando questionado sobre possíveis objetos que atingiram o foguete, o CEO da Space X diz que não descartam essa possibilidade. Qual é sua teoria sobre o caso? Eu não queria dizer que foi os aliens, mas foi os aliens!

Estação Espacial Chinesa está 'fora de controle' e cairá na Terra

 26/09/2016 - Em 2011, a agência chinesa CNSA lançou a primeira estação espacial tripulada com sucesso. Batizada de Tiangong 1, a nave realizou três missões com sucesso e deixou de ser tripulada nos últimos três anos. Agora, as notícias que chegam doveículo não são nada animadoras: ele está sem resposta e fará um retorno "não controlado" para a Terra em 2017.
O retorno não controlado, basicamente, é exatamente o que nome diz: a nave simplesmente vai entrar na atmosfera da Terra e cair em um local não definido. Sem qualquer tipo de comunicação ativa com a Tiangong 1, a boa notícia é que a CNSA espera que ela não machuque qualquer pessoa, pois deve ser consumida por completo antes de chegar ao solo. "De acordo com os nossos cálculos e análises, a maior parte da estação espacial vai queimar durante a queda", comentou Wu Ping, diretor de engenharia na agência chinesa. Isso significa que, no máximo, pequenos pedaços de metal devem cair "dos céus" — e como em outras quedas, o oceano deve ser o alvo. O Tiangong 1 possui cerca de 10 metros de comprimento e pesa cerca de 8 toneladas. Por causa desse tamanho, de acordo com outros especialistas, é necessária uma preocupação leve: a nave é pequena e realmente poderá ser consumida em sua totalidade durante a queda. Contudo, se o solo for o alvo e ela não for desintegrada, os pedaços da nave podem machucar. "Alguns pedaços devem cair com cerca de 100 quilos, o suficiente para configurar uma 'pancada feia' se cair em você", disse o Jonathan McDowell, astrofísico de Harvard.
Ainda, se as peças da nave não caírem no mar, "há uma chance de dano. Elas podem cair no carro de alguém, já que haverá uma chuva de peças de metal. Elas podem cair em algum telhado, porém não é um dano disseminado", disse McDowell.
É esperado que o Tiangong caia na Terra na segunda metade de 2017. 

China cria radar quântico que revela qualquer caça stealth no mundo

26/09/2016 O exército da China declarou que conseguiu desenvolver um radar quântico, e isso significa uma coisa grandiosa: praticamente toda a frota de caças stealth presentes no mundo estão obsoletos. Ou seja, os bilhões de dólares investidos pelo governo norte-americano na tecnologia que esconde os aviões de radares "inimigos" acabaram de ir para o ralo.
A criação do radar quântico foi revelada pela Xinhua News Agency, notando que o sistema do radar  quântico é baseado na detecção de fótons únicos. Os experimentos de detecção de alvos, conduzidos em ambiente real, mostraram que o radar desenvolvido pode perceber movimentações muito além dos 100 quilômetros de distância. Na teoria, o radar quântico percebe um objeto após enviar sinais fotônicos que, quando em contato com esse objeto, percebe alterações nas propriedades quânticas do corpo. Além de detectar caças stealth facilmente, o radar quântico é altamente resistente — é muito difícil realizar o bloqueio aos sinais.
De acordo com o Exército da China, assim que o radar quântico "encontra e trava" a localização dealgum avião, fica praticamente impossível de o veículo conseguir desviar de mísseis de defesa. Alguns veículos norte-americanos não estão confiantes de que o radar quântico realmente tenha sido desenvolvido pela China. Se eles estão subestimando o poder dos chineses, não sabemos, mas o ExtremeTech levantou alguns pontos interessantes.
No ano passado, um sistema de radar baseado em laboratório também foi desenvolvido (pesquisadores dos EUA, do Reino Unido e da Alemanha). Porém, em laboratório, local onde as condições costumam ser mais favoráveis para os testes, o radar alcançou cerca de 20 metros. Ou seja, a China declarar que alcança mais de 100 quilômetros seria algo duvidoso.
O site também comenta que faltam detalhes mais específicos do sistema. E então, o que você acha? A China realmente conseguiu desenvolver o radar, como ela mesma confirmou, ou isso é apenas uma declaração para "mexer com os ânimos" de outros países?

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O GÁS BOLIVIANO

Fernando Henrique fez um poderoso lobby em cima do Itamar para assinar o protocolo com a Bolívia e fazer o gasoduto Brasil-Bolívia. Por quê? Porque a Bolívia não ganha nada, tem 10% das reservas de gás. As reservas pertencem a British Petroleum, a British Gas, a Mobil.

A Shell tinha uma reserva no Peru, descoberta em 1983 e até hoje não produziu porque o único cliente era o Brasil e precisava fazer o gasoduto, antieconômico, por sinal. Condenaram a Petrobras a fazer o gasoduto. Ela investiu 2 bilhões de dólares, arrumou o dinheiro... Agora, o gás é comercializado. Ainda assim, o Brasil paga o preço mais caro do mundo pelo gás. E o Brasil tem gás, que foi descoberto depois...

O preço do gás na América Latina é de um dólar por milhão de BTU. A Petrobras paga o dobro. Além disso, Fernando Henrique interrompeu 15 projetos de hidrelétricas para obrigar a corrida para o gás, da termoelétrica. Saímos de uma energia limpa e renovável, que é a água, produzida com projetos nacionais, e passa a depender de uma energia externa, paga em dólar, o gás da Bolívia. Aí veio aquela desvalorização do Real. E quem bancou o risco cambial a partir daí? A Petrobras. E o gás precisava ter clientes. Não tem como usar esse gás todo na indústria. Para levar até as indústrias tem de fazer gasoduto, que custa mais dinheiro. Se sua quantidade de gás é abaixo de um milhão de metros cúbicos por dia, o seu preço cresce de três dólares por milhão de BTU para 25 dólares/milhão de BTU. Então, não compete com outros combustíveis, como o óleo combustível, mais pesado, que sai por um preço baixo porque não tem muita demanda. E é poluente. Fizemos em 1994 uma campanha enorme contra o gasoduto, mas perdemos a batalha. E aí criaram as termoelétricas para consumo desse gás. Só que a demanda não correspondeu à expectativa. Obrigaram então a Petrobras a comprar o kilowatt produzido. Ela está tendo um prejuízo de dois bilhões por ano com isso.

PERDEU, PETROBRAS PAGA

Além disso, tem essa briga das termoelétricas mercantis, uma do Eike Batista, outra da Enron e outra da El Paso. E eles tinham ordem para vender a energia gerada pelo preço que quisessem. Quando deu aquele apagão, houve uma perspectiva de consumo elevado. Eles iriam trabalhar no pico da demanda; fizeram as três termelétricas pensando: "Nós não vamos vender o tempo todo, só no pico, e, com um preço excepcional, compensa". Na hora que sentiram a falha da projeção, recorreram à mãe de todas: fizeram um contrato com a Petrobras — com a administração anterior, na base do conchavo — e ela passou a bancar esse risco. Ela pagaria um valor mínimo para eles; vendendo ou não eles tinham a contribuição da Petrobras. Como a demanda foi muito aquém, ela passou a pagar tudo. O risco deles foi transferido para a Petrobras, que não tinha nada a ver com o negócio.

O diretor Ildo resolveu denunciar esse contrato altamente leonino, enquanto que o Código Civil prevê que, se uma das partes fica em completa desvantagem, ela pode recorrer. O Ildo recorreu e parece que a Justiça brasileira, que também é uma gracinha, acabou dando uma derrota... Então a Petrobras resolveu comprar porque ia ter mais lucro. Comprou a parte da Enron, estava negociando com a El Paso e aí foi negociar com o Eike Batista, que não aceitou vender para a Petrobras. A Petrobras entrou na justiça e perdeu na primeira instância para El Paso, o que deu força para o Eike. Ou seja, a Petrobras entra de vaca leiteira na história: está alimentando a especulação que não deu certo e eles estão transferindo isso para a empresa.

DESCOBERTA DO GÁS

Nós cansamos de condenar o gasoduto porque a Petrobras entrou de gaiato nessa história, tirou dinheiro da bacia de Campos — projeto que dá um retorno de 80% ao ano — e aplicou num projeto que dá retorno de 10% ao ano e tem o custo financeiro de 12%.

Aí surgiram dois campos de gás.

Quando fizeram a lei que quebrou o monopólio, deram à Petrobras três anos para explorar as áreas que estavam em seu poder. A ANP, como representante da União, trouxe 93% das reservas para si e deu para a Petrobras o direito de escolher 10%. Claro que a empresa escolheu as melhores porque já conhecia todo o Brasil. Então, ela botou uma equipe de alto nível para selecionar as reservas. Em meados de 98, o Zilberstajn, que passou a dirigir a ANP, disse que a Petrobras só iria ficar com 7%, e os outros 3% seriam devolvidos para a Agência — os 3% da seleção que a Petrobras havia feito!

Esses três anos, que prorrogaram por mais dois, venceriam em agosto de 2003. Se a Petrobras não explorasse esses 7% no prazo, teria que devolver à ANP. Quando o novo diretor assumiu, decidiu assim: "Vamos pegar todo o esforço e furar o mais fundo possível". E de janeiro a agosto eles descobriram 6,6 bilhões de barris de petróleo. E aí surgiram esses dois campos do Sul, dos quais 15% são de gás.

DESCOBRIU PARA QUEM?

Descobrindo, o Brasil, se tivesse um governo de coragem... de chegar para a Bolívia: "Olha, estou em desvantagem nesse gás e agora eu descobri, vamos renegociar esse contrato. Não posso pagar 2 dólares/milhão de BTU". O negócio é que não é a Bolívia, são as multinacionais. O Lula cede à pressão do sistema financeiro, quer ser reeleito, faz o que os caras mandam. Aí posa de cumpridor de contratos, um sujeito responsável... mas ele está dando o que os eles querem, o mesmo que o Fernando Henrique dava, com outra desvantagem, porque antes a gente tinha os sindicalistas fazendo pressão, hoje os sindicalistas estão cooptados, a CUT está cooptada, os sindicatos estão cooptados... a Articulação domina esses sindicatos. Estamos com o mesmo governo e sem oposição.

O preocupante é o seguinte: o Brasil não tem uma estratégia energética, um planejamento, não tem nada a favor. Tem apagão aqui, tem apagão ali... Bota a culpa no Operador, arruma um bode expiatório... Falta é planejamento energético, decente, para resguardar a energia e a soberania nacional.

O gás natural entrou no Brasil de repente e sem qualquer discrição na virada do século: custou caro – 2 bilhões de dólares – e foi uma aposta na estabilidade boliviana. Nestes últimos seis anos, desde a inauguração em 1999 do primeiro trecho do gasoduto entre os dois países, a Bolívia teve quatro presidentes e está no quinto – três renunciaram e só um, vice alçado ao cargo, terminou um curto mandato. A aposta da Bolívia é maior: se não vender para o Brasil, praticamente não tem para quem vender. 

Neste meio tempo, o Brasil ficou mais e mais dependente do gás natural. A conversão dos últimos anos incluiu boa parte da frota de táxis e ônibus, aquecedores e fogões domésticos nas grandes capitais. E vai além: só a indústria paulista consome 10 milhões de metros cúbicos ao dia. Tem o suficiente no subsolo boliviano, 1,5 trilhão de metros cúbicos na última estimativa, mas, a cada crise, a cada multidão e cheiro de revolução nas ruas de La Paz, retornam as ameaças de fechar a torneira parcialmente e estatizar o negócio que o Brasil financiou em parte.

Não é apenas o Brasil que sente esta crise de oferta. O gás natural é um combustível recente no jogo da energia mundial e, embora muitos países o tenham em seus subsolos, poucos têm infra-estrutura para exportá-lo. Alan Greenspan, presidente do Fed, Banco Central dos EUA, aponta uma crise de oferta do gás natural como um dos principais riscos econômicos pelos quais passa seu país. A expectativa da revista britânica “The Economist” é de que, em 2025, o gás natural venha a ter a importância que o petróleo tem hoje.


Problema histórico


O problema particular da Bolívia, que não resiste a ameaçar o Brasil quando pode, é sua história. Desde que os espanhóis financiaram seu império no século 16 sugando ouro e prata das minas do Potosí, a Bolívia sempre viu seus recursos naturais explorados por estrangeiros. Foi assim com o carvão, com o estanho. A vasta reserva de gás, descoberta em 1995 e que parece ser maior a cada estudo, soa a muitos bolivianos como sua última chance. Assim, a população é cada vez mais suscetível ao clamor pela estatização, pelo arrocho das multinacionais. Trata-se do país mais pobre da América do Sul.

Sem dinheiro ou know-how para tirar o combustível da terra, durante o primeiro governo Gonzalo Sánchez de Lozada decidiu-se pela procura de parceiros externos. Lozada foi o típico governante de Terceiro Mundo nos anos 90: privatizador. A diferença é que não vendia todas as empresas, mas apenas participações acionárias. No negócio da construção da infra-estrutura e exploração do gás, seus parceiros incluíram a Enron – a mesma do escândalo financeiro nos EUA –, a Shell, a francesa Total e, principalmente, a espanhola Repson e a Petrobras. Uma estatização repentina, a esta altura, custaria particularmente caro às duas últimas.

O gás natural é um combustível fóssil como o petróleo, mas tem características um bocado diferentes. Seu componente principal é o metano, que na atmosfera se transforma em dióxido de carbono e água. Ou seja, polui pouco. Demorou tanto tempo para ser explorado porque o transporte é muito difícil. Petróleo e óleos derivados são líquidos, basta pô-los no navio e carregar. O gás natural exige gasodutos caríssimos e não atravessa oceanos. Ou assim era até há pouco.

Reduzido a 170ºC negativos, o gás natural se liquefaz e ocupa 600 vezes menos volume. A técnica de liquefação só começou a ser explorada em fase de testes nos anos 60 e se desenvolveu comercialmente nos últimos anos. É caríssima: exige navios especiais – de acordo com um relatório da Administração de Informação sobre Energia dos EUA, existem apenas 206 deles no mundo; além disto, plantas bilionárias de liquidificação do gás e, na ponta do comprador, portos cuidadosamente adaptados e plantas de regaseificação igualmente caras. Sai bem mais do que os 2 bilhões de dólares do gasoduto Brasil-Bolívia. Hoje, 139 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito são vendidos no mundo, isto é mais ou menos um quarto do negócio. O resto vai por gasoduto.


O melhor parceiro


O Brasil depende da Bolívia para atender sua demanda de gás natural, mas a Bolívia precisa do Brasil para vendê-lo. No fundo, o Brasil é praticamente seu único mercado de peso. Argentina ou Paraguai são quase um troco. Se, a partir de uma possível eleição do líder cocalero Evo Morales no ano que vem ou no seguinte, vier a estatização que muitos da esquerda cobram, virá também uma crise diplomática. A Petrobras, afinal, é uma estatal brasileira. A briga é com o Brasil. Quem tem mais a perder é a Bolívia.

Há um projeto boliviano, antigo, de exportação para os EUA. Mas é difícil: mesmo que venha o perdão da dívida externa prometida pelo G8, ainda assim a Bolívia precisaria pedir empréstimos internacionais altos para implantar toda a infra-estrutura de produção de gás natural liquefeito. Quem acabou de estatizar, dando prejuízo às multinacionais, teria dificuldade para consegui-los.

O problema é delicado também do ponto de vista diplomático: a Bolívia não tem litoral. Tinha até 1879, mas perdeu para o Chile numa guerra. O projeto de venda de gás liquefeito aos EUA traçaria uma rota pelo Pacífico até Baja California, no México, onde haveria a regaseificação e, então, o produto seguiria por gasoduto até a Califórnia. Mas antes tem de chegar ao litoral e, para isso, ou atravessa os Andes no Peru com um cano ou rediscute a relação estremecida há mais de século com o Chile.

Ainda assim, grupos ecologistas que são particularmente militantes e onipresentes na Califórnia não querem gás natural naquele estado americano. Não é que polua demais, mas é combustível fóssil. E os militantes sentem que, se vier oferta de gás natural bom e barato, os estudos locais de alternativas energéticas ecológicas ficarão sem incentivo.

A Bolívia terá de conviver com o Brasil. É seu melhor e maior parceiro. Até porque, em 2004, o governo brasileiro anunciou a descoberta de uma lauta reserva de gás natural no litoral de Santos. Ainda não há idéia de seu tamanho exato, mas é grande. Ou, nas palavras da professora Goret Pereira Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, "pode ser até uma Bolívia". A partir do momento em que decidir investir na exploração, a Petrobras tirará gás natural próprio em cinco anos. Tem tudo para alimentar o mercado interno e ainda exportar.

Enquanto isto não acontece, o Brasil segue precisando da Bolívia, um país em crise contínua e permanente. O novo presidente, Eduardo Rodriguez, promete eleições o quanto antes. Se tudo seguir como parece, Evo Morales será eleito. O Brasil estará à mercê de suas decisões políticas. Mas, se o povo boliviano estiver certo e esta for realmente sua última chance, fica difícil entender em que um calote no Brasil pode ajudar a Bolívia.
23/09/2016 - O governo da Bolívia garante que, apesar da mudança de presidente no Brasil e dos protestos por parte de La Paz, o governo não irá romper com Brasília e muito menos no que se refere à renegociação de um acordo para a venda de gás natural. Quem garante isso é o chanceler boliviano, David Choquehuanca, de passagem por Genebra.
No início da semana, a delegação boliviana foi uma das seis que, na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, se retiraram da sala quando o presidente Michel Temer tomou a palavra para discursar. Tratava-se de um protesto contra o impeachment no Brasil. Assim que Dilma Rousseff foi afastada definitivamente, o governo boliviano mandou seu embaixador em Brasília retornar para La Paz.
Mas, gradativamente, o próprio chefe da diplomacia boliviana foi modificando o tom de suas críticas. Na semana passada, ele indicou que o retorno do embaixador em Brasília havia ocorrido apenas para que o diplomata explicasse o que estava ocorrendo no País.
Agora, ele foi ainda mais taxativo sobre o fato de que as negociações com o Brasil serão mantidas. Segundo ele, "os ministérios correspondentes de energia devem estar coordenando essa agenda".
Questionado pelo jornal "O Estado DE s. Paulo" se não há um rompimento, o ministro foi explícito: "Não, para quê?". "Não vamos romper", garantiu.
Ainda no governo de Dilma Rousseff, os dois países chegaram a falar da necessidade de se iniciar uma renegociação sobre o preço do gás boliviano vendido ao Brasil. O acordo assinado em 1999 vence em 2019. Mas La Paz quer antecipar as negociações, com preços mais favoráveis. A queda no preço do barril do petróleo afetou o gás natural e, em março de 2016, a renda dos bolivianos com as vendas ao Brasil era 43% inferior ao que se praticava no início de 2015.
Mas os bolivianos também temem que, com a produção do pré-sal, o novo acordo representa uma compra mais baixa por parte do Brasil. Para a Bolívia, as exportações de gás natural para o Brasil e Argentina representam 36% do crescimento de seu PIB.
As vendas, porém, também estão sob investigação. O gás é trazido ao Brasil pela TBG, empresa sob controle da Petrobras. A empresa também controla 2,6 mil quilômetros de gasoduto entre Corumbá (MT) e Canoas (RS). Mas, em 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público abriram auditoria para examinar a suspeita de pagamento extra da Petrobras à YPFB em US$ 434 milhões.
O chanceler acompanhava a visita oficial do presidente da Bolívia, Evo Morales, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. As declarações do chefe da diplomacia, porém, ocorreram apenas depois que a imprensa brasileira tentou em três ocasiões.
Na primeira delas, David Choquehuanca deu a entender que não entendia a pergunta. Questionado se La Paz reconhecia o governo Temer diante de "confusões" sobre os sinais dados pelos bolivianos, ele se manteve em silêncio. Logo depois, respondeu: "Confusão para quem?", sem esclarecer.
Na segunda tentativa, o chanceler simplesmente se manteve em silêncio e continuou caminhando. Um membro de sua delegação apenas comentou: "Viva Pelé", arrancando um sorriso do chanceler.
Na terceira tentativa, ele alegou que precisava ir ao banheiro. Mas, na quarta vez que foi abordado, finalmente se explicou. Nesta sexta-feira, Morales também cancelou uma coletiva de imprensa que havia agendado e se recusou a falar com a imprensa, alegando "falta de tempo". Para a imprensa brasileira, o presidente boliviano sugeriu: "Peçam uma entrevista".
Ausência
Se a Bolívia não quer romper com o Brasil, o Itamaraty não enviou a embaixadora do País na ONU para presenciar o discurso de Evo Morales. Nesta sexta-feira, ele pronunciou um discurso de 45 minutos diante do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Numa sala lotada, Morales foi aplaudido de pé por algumas delegações e repleta de embaixadores. No caso do Brasil, a delegação foi representada apenas por dois diplomatas brasileiros, de escalão inferior. A embaixadora do Brasil na ONU, Regina Dunlop, não esteve presente. Contatada por telefone e mensagem, ela não respondeu.
Numa outra reunião também na ONU organizada por Morales, o Brasil não foi convidado e o presidente boliviano explicou sua saga e seus projetos apenas a "países amigos".
Na semana passada, o Itamaraty tampouco esteve presente na reunião do Movimento dos Países Não-Alinhados, numa cúpula organizada em Caracas e que marcou a posse de Nicolas Maduro como presidente do grupo. O Brasil é membro observador. Mas a única participação foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, numa mensagem de vídeo, demonstrou seu apoio a Maduro.
Durante seu discurso, Morales não citou a divisão entre grupos dentro do continente ou a crise brasileira. Seu ponto principal foi denunciar o governo chileno e o obstáculo criado por Santiago para garantir acesso ao mar.
Qual é a maior empresa de petróleo do mundo? A Exxon? A Shell? A Chevron? A BP?  Nenhuma delas.  As maiores empresas de petróleo e gás do mundo são estatais - as chamadas national oil companies (NOCs).  Entre elas, estão a Saudi Aramco (Arábia Saudita), a NIOC (Irã), a KPC (Kuwait), a ADNOC (Abu Dhabi), a Gazprom (Rússia), a CNPC (China), a PDVSA (Venezuela), a Statoil (Noruega), a Petronas (Malásia), a NNPC (Nigéria), a Sonangol (Angola), a Pemex (México) e a Petrobras. 

domingo, 25 de setembro de 2016

Violência sexual

24/09/2016 - A responsabilização da mulher por atos de violência sexual - medida pela pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) - acendeu o debate em torno do assunto no país. Mais de um terço da população brasileira (33%) consideram que a vítima é culpada pelo estupro, informou o levantamento. A pesquisa mostrou ainda que 65% da população têm medo de sofrer violência sexual.
Para a representante da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres Brasil, Nadine Gasman, o levantamento traz "dados muito fortes" e reflete a estagnação da sociedade brasileira em questões de gênero.
"Apontar que a mulher tem culpa em ser estuprada é uma constatação de que a sociedade brasileira tem avançado em muitos aspectos, mas segue machista, sexista e muito racista. A gente conhece as estatísticas de feminicídio. Tem aumentado mais a violência contra mulheres negras. É uma sociedade que ainda não acredita que mulheres e homens são iguais", afirmou em entrevista à Agência Brasil.
"Essa questão é reveladora e temos que trabalhar muito para mudar as concepções de gênero. Temos que entender as construções sociais, de mulheres e homens, que são produtos de uma formação patriarcal, onde os homens têm vantagens que os colocam em uma situação de poder contra totalmente o que a humanidade dispõe de marco - de que nascemos livres e iguais", completa.
O levantamento mostra ainda que 42% dos homens e 32% das mulheres entrevistados concordam com a afirmação: "mulheres que se dão ao respeito não são estupradas", enquanto 63% das mulheres discordam.
O Datafolha fez 3.625 entrevistas com pessoas a partir de 16 anos, em 217 municípios. A coleta de dados foi feita entre os dias 1º e 5 de agosto deste ano. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Violência sexual
A pesquisa aponta que a violência contra as mulheres é definida pelas Nações Unidas como qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual, dano psicológico ou sofrimento para as mulheres, incluindo ameaças, coerção ou privação arbitrária de liberdade, tanto na vida pública como na vida privada.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência sexual é "qualquer ato sexual ou tentativa de obter ato sexual, investidas ou comentários sexuais indesejáveis ou tráfico ou qualquer outra forma, contra a sexualidade de uma pessoa usando coerção". A violência pode ser praticada por qualquer pessoa, independente da relação com a vítima, e em qualquer cenário, incluindo a casa e o trabalho. O ato pode acontecer em casa ou na rua.
Dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que foram registrados 47.646 casos de estupro em todo o país em 2014, o que significa um estupro a cada 11 minutos.
Denúncia
Apesar do número de casos, a pesquisa destaca que a maioria das pessoas que sofre violência sexual não registra denúncia na polícia, o que torna difícil estimar a prevalência deste crime.
"Em termos regionais, o maior medo é verificado nas regiões Norte e Nordeste do país, atingindo 72% de toda a população. No entanto, se verificamos apenas as respostas das mulheres, notamos que 90% das mulheres que residem no Nordeste afirmam ter medo de sofrer violência sexual, seguidas de 87,5% da população feminina do Norte, 84% no Sudeste e Centro-Oeste e 78% no Sul do país", aponta o documento.
O levantamento aborda a culpabilização pela violência sofrida pela mulher como uma reação frequentemente relatada, até mesmo quando elas recebem atendimento nos serviços de justiça, segurança e saúde. "A dificuldade de reunir evidências materiais do não consentimento, bem como o risco de revitimização durante os procedimentos legais - humilhação, julgamento moral, procedimentos de coleta de provas que expõem o corpo violado da vítima a novas intervenções - são desafios específicos relacionados à violência sexual".
A coordenadora de projetos do Instituto Avon, Mafoane Odara, ressalta que a mulher não se sente acolhida em espaços de atendimento após situações de abuso sexual. "As mulheres não reconhecem esses espaços como pontos acolhedores. Se sentem revitimizadas, não se sentem respeitadas nesses lugares. Com isso, as mulheres se sentem deslegitimadas a denunciar".
"Está na hora de a polícia falar mais sobre isso e da gente encontrar formas de acompanhamento das mulheres em situação de violência. Essa não é uma questão das mulheres, é uma questão da sociedade brasileira", argumenta. "É importante olhar como as instituições corroboram para perpetuação de uma prática como essa e aí isso vai ser sentido pela população".
Das pessoas entrevistadas, a metade não acredita que a Polícia Militar esteja bem preparada para atender mulheres vítimas de violência sexual. O resultado da pesquisa indica também que mais da metade da população (53%) acredita que as leis brasileiras protegem estupradores.
"Em um país em que persistem altos índices de desigualdade social e que ainda enfrenta o desafio do acesso ao ensino formal, pode-se estimar que o conhecimento sobre a legislação brasileira e sobre as penalidades atualmente previstas para os casos de estupro não seja amplamente difundido entre a população", ressalta a pesquisa.
No Brasil, a pena para o crime de estupro varia de seis a 12 anos, podendo chegar a 30 anos, a maior pena prevista no ordenamento jurídico brasileiro em caso de morte da vítima. "Um atendimento acolhedor, melhores taxas de esclarecimento nas investigações e resolução dos casos que são denunciados poderiam ter um efeito mais positivo para o enfrentamento do problema e, ainda, tornar a população mais confiante no trabalho das instituições policiais e do Judiciário" diz a pesquisa.
A vítima
A pesquisa revelou que uma grande parcela da população considera as próprias mulheres vítimas de agressão sexual como culpadas por não se comportarem de acordo com uma "mulher respeitável". A perpetuação da ideia de controle do comportamento e do corpo das mulheres faz com que a violência sexual possa ser tolerada diante da sociedade brasileira.
A pesquisa mostrou, ainda, que 42% dos homens concordam com a afirmação de que "mulheres que se dão ao respeito não são estupradas", enquanto 63% das mulheres discordam. É bastante comum que o comportamento de quem foi vítima seja questionado com base no que se entende serem as formas corretas de "ser mulher" e "ser homem" no mundo.
A professora de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília (UnB), Valeska Zanello, ressalta o aspecto da "objetificação da mulher".
"Uma coisa que é profundamente naturalizada na nossa cultura é o não protagonismo da mulher com relação ao seu corpo. É punido tanto o protagonismo com relação à própria sexualidade [quando ela não pode escolher se quer ou não fazer sexo e com quantos] e também quando ela não pode dizer não. Geralmente, quando uma mulher sofre violência sexual, se tenta descobrir algum signo na vida dela que desqualifique esse protagonismo e, principalmente, coloque em xeque a índole dela, se ela é uma pessoa recatada ou não. E é isso que vai definir se ela foi estuprada ou não. Para ter uma mudança efetiva, a gente vai ter que trabalhar as novas gerações", opina.
Educação
A pesquisa mostra que 91% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que "temos que ensinar meninos a não estuprar". Para Valeska Zanello, a mudança desse conceito na sociedade brasileira se dará, de fato, por meio da educação. "Lei é importante, mas ela muito pouco efetiva. A cultura punitiva é muito pouco eficaz, porque, em geral, ela vai punir só aquela pontinha do iceberg. Para a gente mudar uma cultura, as leis não são suficientes. Isso só acontece por meio da educação", finaliza.
"Uma das coisas mais importantes é que temos leis, políticas, programas, mas tem que trabalhar a educação formal e não formal e meios de comunicação nessa mudança de paradigmas da sociedade com relação a igualdade, especialmente entre homens e mulheres: a ideia de toda sociedade de todos e todas sejam iguais", ressalta Nadine Gasman.

sábado, 24 de setembro de 2016

Centralia: A Verdadeira Silent Hill



Terapeuta sugere que paralisia pode ter levado Domingos à morte no rio; entenda

O ator Domingos Montagner morreu na última quinta-feira (15) depois de se afogar no Rio São Francisco, na cidade de Canindé (SE). A atriz e colega de elenco Camila Pitanga estava com ele no momento do acidente e contou em entrevista ao programa "Fantástico", da Rede Globo, os detalhes da tragédia.
Com base no depoimento, o terapeuta Jordan Campos sugeriu, em um post que se tornou viral, que o que impediu Domingos de reagir foi uma “crise de paralisia traumática”. Conversamos com especialistas para entender se essa é mesmo uma possível explicação para o acontecido.  Em entrevista ao "Fantástico", Camila Pitanga contou que a ideia inicial não era nadar no local onde o acidente aconteceu. "A gente nem ia para lá, íamos para outro lugar, mas acabamos achando mais simples ir ali", disse a atriz.
Camila contou que os dois pularam de uma pedra e nadavam a favor de uma correnteza muito suave num lugar mais profundo, longe da faixa de areia. Quando tentaram sair do rio, eles não conseguiam sair do lugar.
A atriz disse que eles decidiram, então, se segurar em algumas pedras próximas. Camila conseguiu, mas Domingos não se movia. "Olhei para ele e pensei: 'Está assustado, vou voltar para ajudá-lo'. Não tinha noção do que estava acontecendo. Eu dizia: 'Calma, está tudo bem, pode vir', mas ele não vinha. Ele não saía do lugar e não falava nada. Foi estranho. Ele parecia paralisado".
"A única coisa que ele dizia era: 'Cá, não tô conseguindo'", relembrou a atriz, que relatou ter voltado para o lugar onde estava Domingos para puxá-lo pelo braço, mas ele não saía do lugar. "Eu queria mostrar para ele que dava para ir para as pedras e que estava tudo bem".    "Quando ele submergiu pela segunda vez, foi aí que eu entendi o que estava acontecendo. Eu entendi que eu não podia ir lá, porque era algo maior do que eu imaginava. Não sabia o que era, mas sabia que não poderia ir lá. Eu sabia que não poderia salvá-lo", contou Camila.
"Em nenhum momento, ele me agarrou. Ele me salvou. Ele sabia o que estava acontecendo, ele me deu a oportunidade de viver, ele me deu essa chance", relembrou. "Eu vi o último olhar dele. Ele não estava desesperado, era [um olhar] de muita tristeza, ele não queria ir. Ele estava cheio de vida, rodeado por uma família linda", finalizou.
Em um post que está se tornando muito popular nas redes sociais, o terapeuta Jordan Campos sugere que Domingos sofreu uma crise de paralisia traumática. De acordo com ele, o que aconteceu foi um afogamento passivo motivado por uma paralisia traumática.
“[...]Quando, no entanto acontece a paralisia (o que costumamos chamar nos animais de fingir de morto), a função racional do cérebro praticamente é desligada. O cérebro acredita que poupar energia física e mental (já que não se sabe o que fazer) é o melhor plano”, escreveu o terapeuta.
Segundo Jordan, o grito de Camila Pitanga teria, também, provocado uma reação no ator: “O grito da Camila, sem querer, acionou uma outra função que é a da desistência pelo pavor. Ele então, que já estava na paralisia, ao escutar o grito (segundo este raciocínio biológico-comportamental) diminui mais ainda o tônus muscular (fica com as pernas bambas) e afundou. Era uma esperança até de ele 'acordar' da paralisia e reagir com o grito. Mas as condições físicas e naturais do rio já deviam estar insuportáveis e ele se foi, de forma terrível”.
“Entender por que o Domingos paralisou não vai nos levar a uma viagem segura. Pode até ser por um conflito de infância com água, ou até algo que aconteceu dentro da barriga da mãe dele, quando ele era um feto que nadava nas águas e tinha um cordão umbilical preso ao pescoço, por exemplo. Muitas possibilidades”, finalizou.
A psicóloga e psicoterapeuta Andreia Calçada, especialista em neuropsicologia, explica, primeiramente, que não existe um termo cunhado como “crise de paralisia traumática” que defina uma doença, transtorno ou distúrbio. No entanto, essas palavras possuem um significado intrínseco que faz referência a um trauma anterior sendo revivido.
“Quando dizemos que o Domingos Montagner sofreu o acidente porque estaria revivendo um trauma anterior com água ou algo do tipo, estamos apenas especulando sobre algo que não temos pleno conhecimento”, pontua a especialista.
Sobre a reação frente o perigo extremo, como aconteceu com o ator, a psicóloga explica que a reação do corpo é liberar uma quantidade muito grande de hormônios, como a adrenalina, que estimulam um aumento do fluxo sanguíneo para braços e pernas, além de provocar um aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, todos esses mecanismos que fazem parte da reação de fuga.
Existem situações, no entanto, em que esse excesso hormonal, em conjunto com o pânico, o estresse e ansiedade causam uma paralisia, mas não são todos os casos desse tipo motivados por traumas. “No caso de Domingos, ele sequer mexeu os braços ou esboçou uma possível fuga, portanto, isso pode ter acontecido, sim, mas não temos como afirmar com certeza”, finaliza.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Você acredita no Monstro do Lago Ness?




Sanitário de ouro

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Maravilhas Modernas



https://www.youtube.com/playlist?list=PLUwmDc9MyrG0grXQfm9qlR3vIh34I0g8z

O Porta-Aviões USS Nimitz

Como rastrear seu veículo de forma barata, usando seu smartphone?

Perdeu o seu carro e não se lembra onde de você estacionou? Isso acontece com todos nós: vagando sem rumo por estacionamentos, clicando no botão de pânico no seu chaveiro para fazer seus faróis iluminarem.
Você não precisa de um transmissor de rádio caro para vigiar o seu carro. Monitorar suas rodas por um grande olho no céu sem quebrar no banco é mais fácil do que você pensa.
Unidades de triangulação autônoma GPS e rádio podem custar centenas. E isso sem contar com a instalação e ativação (frequentemente robusta) e mensalidade associada com o serviço que você escolher. Para a maioria de nós, é um exagero. A boa notícia é que alguns dos maiores problemas da vida parecem estar desaparecendo por causa da nova tecnologia. Se você frequentemente esquecer onde estacionou seu carro, há um pequeno dispositivo e aplicativo que poderiam ser o que você está procurando.

E do que se trata?

É sobre  Trackr, um dispositivo pequeno e discreto, do tamanho de uma moeda que está revolucionando o mercado.

Mas….Como funciona?

Muito fácil!  Levará menos de cinco minutos para colocá-lo para funcionar. Você simplesmente precisa emparelhá-lo com seu smartphone e baixar o aplicativo gratuito que permitirá que você o localize a qualquer momento.
Depois disso, você simplesmente tem que colocá-lo no seu chaveiro, em sua carteira ou em qualquer objeto que você deseja localizar sempre. Neste caso você só tem que escondê-lo no seu carro. Agora basta abrir o aplicativo no seu celular e você pode ver no mapa a posição do seu dispositivo. Se você perder seu carro, basta selecionar “encontrar dispositivo” e você receberá as coordenadas do novo local.

Com Trackr você será capaz de localizar o seu carro a qualquer momento
Com Trackr você será capaz de localizar o seu carro a qualquer momento

Quanto vai me custar?

Você provavelmente está pensando que este dispositivo será muito caro… não. Esta é a melhor parte, você pode adquirir um por muito pouco, o preço é de cerca de €29. Nada mal considerando a paz de espírito.

Como comprá-lo?

Isso é fácil, você pode comprá-lo do site.  https://buy.thetrackr.co 

Outras funções

Você esquece sua carteira com muito frequência? Esquece onde deixou as chaves? Ou quer evitar que seu animal de estimação fuja? With Trackr Com Trackr você pode também acompanhar seus pertences pessoais, simplesmente, anexando-os a qualquer coisa que você considera importante para você ou fácil de perder, você vincula ao seu Smartphone (com o aplicativo Trackr) você encontrará o que perdeu, é fácil!

Instruções detalhadas sobre como usar Trackr

Now that you are aware of the potential of this curious device, we will make a brief summary to clear all your doubts:
  • Passo 1: Obtenha Trackr deste site, https://buy.thetrackr.co  -   você terá entregue na sua casa em cerca de 1 semana.
  • Passo 2: Conecte o Trackr com seu Smartphone (iPhone ou Android) e esconda-o no seu carro.
  • Passo 3: Baixe o aplicativo e sempre tenha a mãos a localização dos seus objetos de valor.
No vídeo abaixo, você será capaz de vê-lo em ação: