sábado, 24 de dezembro de 2016

Lula: os diamantes de Angola

Lula e o presidente de Angola, dos Santos


No dia 26 de setembro passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou uma nota grave: informava que os financiamentos contratados pelo BNDES com Angola, ora sob investigação na Operação Lava Jato, estão em fase final de revisão. O BNDES sustentou que está colaborando com o Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo a nota, as operações feitas com Angola “derivam de diversos protocolos que os dois países têm celebrado desde a década de 1990”. Estabeleceu a nota: os protocolos envolvem o apoio às exportações para projetos em diversos setores, como  construção de rodovias, obras de saneamento, abastecimento de água, geração e distribuição de energia elétrica e habitação, além de exportação de equipamentos para corpo de bombeiros.
Segundo o MPF e a PF, o ex-ministro da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva, Antonio Palocci, e a Odebrecht teriam negociado ampliação de linha de crédito junto ao BNDES para Angola, país com o qual a empresa mantinha relações comerciais.

Os financiamentos contratados pelo BNDES para exportações de bens e serviços de engenharia e construção feitas pela Odebrecht para a África atingiram US$ 3,3 bilhões entre 2007 e 2016. Disse o BNDES: o total das operações contratadas pela instituição para projetos de infraestrutura na África alcançou US$ 4,7 bilhões.  Os US$ 4,7 bilhões estão incluídos nos financiamentos a exportações de bens e serviços de engenharia e construção concedidos pelo banco no período de 2007 e 2016, que totalizam US$ 13,9 bilhões. Os desembolsos para os financiamentos de exportação somaram U$ 9,3 bilhões. Segundo a nota, todas as operações de financiamentos contratados pelo BNDES estão disponíveis no site do banco.

Bem… nessa sexta fui alertado por um Tweet de meu caro amigo Roberto Jefferson, a saber:
“A filha do ditador de Angola, uma das mais ricas do mundo, comprou maior diamante do planeta. Pagou com dinheiro que papai ganhou do BNDES”.
Roberto Jefferson sabe o que diz. Sabe tudo.        Agora a história dos diamantes…
A De Grisogono S/A, empresa detida pelo empresário Sindika Dokolo, adquiriu o maior diamante encontrado até ao momento em Angola, com 404 quilates.
Sindika Dokolo, casado com a empresária Isabel dos Santos, detém mais de 70% da De Grisogono.

Isabel é a mulher mais rica da África. Seu papai, amigo de Lula, está no poder há 35 anos.

Segundo a revista americana Forbes, a fortuna de Isabel multiplicou sete vezes de 2012 a 2014, passando de 500 milhões para 3,7 bilhões de dólares.
Voltando..
Em maio passado a joalharia suíça De Grisogono comprou os direitos de polimento da pedra preciosa à Nemesis International DMCC, do Dubai.
“É uma parceira entre a Sodiam [sociedade de diamantes do Estado angolano] e a De Grisogono. Pretendemos fazer da De Grigosono o que era até agora a Graff [conhecida por comprar as maiores pedras preciosas para depois as transformar em peças únicas]. As melhores pedras do mundo ao melhor preço, com o melhor design”, disse Sindika Dokolo.
A 1 de Março passado, as companhias de diamantes Endiama (angolana) e Lucapa (australiana) tinham anunciado a venda do maior diamante encontrado em Angola, uma pedra de 404,2 quilates, por 16 milhões de dólares. Ao intermediário, a pedra terá custado 22,5 milhões de dólares.
A pedra é a 27.ª maior do mundo. O diamante foi encontrado na mina angolana do Lulo.
A venda pela Lucapa Diamond e pela Endiama (que detém 32% do consórcio explorador) canalizou parte do montante da operação para os cofres do Estado angolano.
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Sobrinho de Lula em Angola
O link: em outubro passado a PF indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva em contratos firmados pela empreiteira Odebrecht com a empresa Exergisa, que tinha seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos como um dos sócios, em Angola, na África.

Veja o que diz a imprensa africana, é de arrepiar:
http://bit.ly/2ilAwP5
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Como mensagem de Natal deste blog , uma lição antiga…
Vejam este diálogo…
Consta da peça teatral “Le Diable Rouge”, de Antoine Rault. É travado entre os personagens Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, século XVIII:
Atentem principalmente ao último trecho:
*Colbert:*
Para arranjar dinheiro, há um momento em que
enganar o contribuinte já não é possível.
Eu gostaria, Senhor Superintendente,
que me explicasse como é possível continuar a gastar
quando já se está endividado até o pescoço.
*Mazarino:*
Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas
e não consegue honra-las, vai parar na prisão.
Mas o Estado é diferente!
Não se pode mandar o Estado para a prisão.
Então, ele continua a endividar-se.
Todos os Estados o fazem!
*Colbert:*
Ah, sim? Mas como faremos isso,
se já criamos todos os impostos imagináveis?
*Mazarino:*
Criando outros.
*Colbert:*
Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
*Mazarino:*
Sim, é impossível.
*Colbert:*
E sobre os ricos?
*Mazarino:*
E os ricos também não.
Eles parariam de gastar.
E um rico que gasta, faz viver centenas de pobres.
*Colbert:*
Então, como faremos?
*Mazarino:*
Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente!
Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer.
É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais!
Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos.
Formam um reservatório inesgotável…
É a classe média!

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