25.3.2016 - A Rússia vai implantar sistemas de defesa costeira e
drones nas ilhas Curilas, reivindicadas pelo Japão e fonte de tensão
persistente entre os dois países, anunciou nesta sexta-feira o ministro da
Defesa russo, Sergei Shoigu. "Vamos
implantar ao longo deste ano sistemas de defesa costeira Bal e Bastion e drones
da nova geração Eleron-3", informou Shoigu, citado pela agência estatal
Ria Novosti, durante uma reunião do ministério.
Shoigu também indicou que o exército russo estuda a possibilidade de
criar nas ilhas Curilas uma base naval para a frota russa do Pacífico. "Em
abril, os marinheiros da Frota do Pacífico vão em uma expedição de três meses
nas ilhas Curilas. Sua principal tarefa será estudar a possibilidade de criar
uma base", afirmou. As principais
bases navais da Marinha russa no Extremo Oriente estão atualmente em
Vladivostok e Vilyuchinsk, em Kamchatka.
A Rússia já havia anunciado em dezembro a sua intenção de construir duas
novas bases militares para manter suas forças "em alerta" sobre as
ilhas Curilas, no mar de Okhotsk, ao norte do arquipélago japonês. A presença militar russa na ilhas Curilas,
onde vivem cerca de 19.000 habitantes, é uma questão sensível para Tóquio, que
reivindica o arquipélago, anexado pela União Soviética no final da Segunda
Guerra Mundial após a rendição das forças japonesas. "Damos especial atenção ao
desenvolvimento de nossa infraestrutura militar nas ilhas Curilas e no
Árctico", continuou Shoigu, lembrando que mais de 9,5 toneladas de
materiais de construção e equipamentos foram enviados em 2015 para a ilha Wrangel
e Mys Chmidta, no Ártico russo. O
ministro da Defesa também anunciou a criação de duas novas divisões militares a
oeste, em resposta ao reforço das forças da Otan no leste europeu. "A Otan continua a aumentar o seu
potencial militar na Europa, incluindo nas imediações das nossas fronteiras.
Essa situação nos preocupa. Temos de reagir", ressaltou Shoigu. Em
fevereiro, os ministros da Defesa da Otan anunciaram o reforço da
"presença avançada" da Aliança Atlântica no leste europeu. A "presença avançada" da Otan se
somou aos esforços para tornar as forças da Otan mais reativas e dissuasivas em
resposta à anexação da Crimeia pela Rússia, em março de 2014, e da ofensiva do
rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia.
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