domingo, 27 de março de 2016

Rússia vai implantar mísseis e drones nas ilhas Curilas


25.3.2016  -  A Rússia vai implantar sistemas de defesa costeira e drones nas ilhas Curilas, reivindicadas pelo Japão e fonte de tensão persistente entre os dois países, anunciou nesta sexta-feira o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.  "Vamos implantar ao longo deste ano sistemas de defesa costeira Bal e Bastion e drones da nova geração Eleron-3", informou Shoigu, citado pela agência estatal Ria Novosti, durante uma reunião do ministério.  Shoigu também indicou que o exército russo estuda a possibilidade de criar nas ilhas Curilas uma base naval para a frota russa do Pacífico. "Em abril, os marinheiros da Frota do Pacífico vão em uma expedição de três meses nas ilhas Curilas. Sua principal tarefa será estudar a possibilidade de criar uma base", afirmou.  As principais bases navais da Marinha russa no Extremo Oriente estão atualmente em Vladivostok e Vilyuchinsk, em Kamchatka.  A Rússia já havia anunciado em dezembro a sua intenção de construir duas novas bases militares para manter suas forças "em alerta" sobre as ilhas Curilas, no mar de Okhotsk, ao norte do arquipélago japonês.  A presença militar russa na ilhas Curilas, onde vivem cerca de 19.000 habitantes, é uma questão sensível para Tóquio, que reivindica o arquipélago, anexado pela União Soviética no final da Segunda Guerra Mundial após a rendição das forças japonesas.  "Damos especial atenção ao desenvolvimento de nossa infraestrutura militar nas ilhas Curilas e no Árctico", continuou Shoigu, lembrando que mais de 9,5 toneladas de materiais de construção e equipamentos foram enviados em 2015 para a ilha Wrangel e Mys Chmidta, no Ártico russo.  O ministro da Defesa também anunciou a criação de duas novas divisões militares a oeste, em resposta ao reforço das forças da Otan no leste europeu.  "A Otan continua a aumentar o seu potencial militar na Europa, incluindo nas imediações das nossas fronteiras. Essa situação nos preocupa. Temos de reagir", ressaltou Shoigu. Em fevereiro, os ministros da Defesa da Otan anunciaram o reforço da "presença avançada" da Aliança Atlântica no leste europeu.  A "presença avançada" da Otan se somou aos esforços para tornar as forças da Otan mais reativas e dissuasivas em resposta à anexação da Crimeia pela Rússia, em março de 2014, e da ofensiva do rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia.

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