06.5.2016 - Quando a escritora paquistanesa
Zahra Haider escreveu para a revistaVice sobre seus encontros sexuais antes do
casamento, quando era uma adolescente em Islamabad, o caso - como seria de se
imaginar - deu o que falar nas as redes sociais.
Haider, hoje na casa dos 20 anos, mudou-se para o Canadá logo
antes de completar 19 anos. Em seu artigo, ela disse que usava quartos de
hotéis para encontros sexuais e que seus pais tiveram uma reação
"completamente irracional e melodramática" quando descobriram.
A história da jovem foi compartilhada milhares de vezes e
motivou um debate acalorado.
Algumas pessoas se disseram ofendidas por ela ter dito que o
Paquistão tem uma das "maiores populações que assiste pornô no mundo"
e que paquistaneses são pessoas "cheias de tesão e desesperadas por
sexo".
Outros destacaram o fato de Haider ter feito sexo com
"quase uma dúzia de pessoas" quando era adolescente em Islamabad,
como relata no artigo.
Em uma carta aberta à jovem no Facebook, que teve mais de 6 mil
compartilhamentos, o jornalista Ali Moeen Nawazish criticou a escritora por
fazer "julgamentos culturais" sobre os paquistaneses.
Nawazish disse à BBC que não há "provas para sustentar a
declaração (de Haider) de que o Paquistão seja o país que mais vê pornô no
mundo ou que sua população seja sexualmente reprimida".
O jornalista disse ainda que a experiência da jovem como
integrante da "elite" do país asiático não representa as demais
mulheres paquistanesas.
Mas também houve quem apoiasse a jovem nas redes.
Haider disse à BBC que escreveu o artigo para encorajar uma
discussão mais aberta sobre sexo.
"Recebi, por exemplo, uma mensagem de alguém no Paquistão
que perdeu o irmão para a Aids. Ele disse que seu irmão claramente sentia
vergonha ao discutir sua sexualidade. Esse homem disse que o irmão perdeu a
vida porque não entendia o que estava acontecendo com seu corpo."
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