06.5.2016 - O
governo dos Estados Unidos busca aprovar a venda de até 12 aeronaves de ataque
leve A-29 Super Tucano, da Embraer, para a Nigéria como auxílio no combate ao
grupo extremista Boko Haram, disseram autoridades norte-americanas, em um voto
de confiança à reforma conduzida pelo presidente Muhammadu Buhari para mudar o
manchado histórico militar do país africano.
Washington também está dedicando mais ativos de
inteligência, vigilância e reconhecimento para a campanha contra militantes
islâmicos na região, e planeja providenciar mais treinamentos para as forças de
infantaria nigerianas, disseram as autoridades à Reuters, falando sob condição
de anonimato para discutir os planos do governo Obama para a Nigéria.
A possível venda dos Super Tucano -que autoridades dizem
ser apoiada pela administração dos EUA, embora seja assunto de revisão pelo
Congresso- destaca o profundo envolvimento norte-americano na ajuda a países do
norte e oeste da África na luta contra grupos extremistas.
O Congresso dos EUA ainda não foi formalmente notificado
sobre a possível aprovação da venda das aeronaves à Nigéria.
Os Super Tucanos podem ser usados para treinamento,
vigilância e ataques. Os aviões podem ser armados com metralhadoras e carregar
até 1.550 quilos de armas.
Uma linha de produção do Super Tucano fica na Flórida,
onde a aeronave é fabricada com a empresa norte-americana Sierra Nevada Corp.
As aeronaves que seriam vendidas à Nigéria vêm com "uma configuração
armada bastante básica", disse uma das autoridades dos EUA.
A venda pode oferecer à Nigéria uma aeronave que pode
permanecer no ar por longos períodos para atingir formações do Boko Haram. As
autoridades não revelaram o custo dos aviões para serem vendidos para a
Nigéria. No entanto, um contrato para vender 20 aeronaves similares para o
Afeganistão teve custo de 428 milhões de dólares quando foi anunciado em 2013.
A ampliação da ajuda militar dos EUA é uma vitória
política para o presidente nigeriano Buhari, que tomou posse no ano passado prometendo
reprimir a corrupção desenfreada que tem minado as Forças Armadas no país mais
populoso da África.
"A administração Buhari, eu acho, tem realmente
reenergizado a relação bilateral de uma forma fundamental", disse um
oficial dos EUA.
O governo nigeriano anterior de Goodluck Jonathan tinha
desprezado os Estados Unidos por bloquear a venda de armas, em parte devido a
preocupações com os direitos humanos.
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